
A Starlink acaba de dar o pontapé inicial para sua expansão na América Latina com o lançamento do serviço Direct to Cell, tecnologia que conecta smartphones diretamente a satélites sem necessidade de antenas parabólicas. O Chile foi escolhido como primeiro país da região a receber a novidade, em parceria com a operadora local Entel.
A lista global de países com acesso à conectividade D2C da Starlink ainda é enxuta, incluindo menos de dez territórios como Estados Unidos, Japão e Canadá. A chegada ao mercado chileno marca uma virada estratégica para a região, que passa a contar com uma alternativa para as tradicionais zonas mortas de sinal móvel.
Starlink Direct to Cell is now available to @EntelPeru customers.
— Starlink (@Starlink) December 2, 2025
Peru marks the second country in Latin America to enable satellite-to-mobile connectivity, ensuring customers stay connected to data, voice, video and messaging in even the most remote locations. https://t.co/wN8OYrRyA2
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O que é a tecnologia Direct to Cell
A sigla D2C significa Direct to Cell, ou direto para o dispositivo móvel. A principal diferença dessa solução está na eliminação da antena parabólica: o smartphone capta o sinal de satélite de forma direta, desde que tenha visão desobstruída do céu. Não importa se o usuário está em desertos, montanhas ou áreas rurais isoladas.

Para viabilizar essa cobertura, a Starlink utiliza aproximadamente 650 satélites equipados com tecnologia D2C, que fazem parte de uma constelação maior já operacional. A empresa destacou a novidade nas redes sociais, afirmando que os usuários chilenos agora podem se manter conectados nas áreas mais remotas do país.
Limitações da fase inicial no Chile
Por enquanto, a conexão via satélite D2C da Starlink no Chile funciona apenas para mensagens de texto tradicionais (SMS). A empresa planeja liberar o uso de dados móveis por conexão via satélite em uma etapa futura, mas sem calendário público definido. A cobertura está disponível para clientes da Entel com planos de 150 GB e 450 GB, a partir de 12.990 pesos mensais (cerca de R$ 74,70), além dos planos Entel Black.
Outro filtro importante é a compatibilidade de hardware. A Entel mantém uma lista de smartphones homologados para o serviço, que já inclui mais de 40 modelos Samsung, aparelhos Xiaomi e dispositivos de marcas como Honor, Vivo e Motorola. Chamou atenção a ausência de iPhones na relação inicial, restringindo o acesso aos usuários de Android.
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O que muda para as áreas sem cobertura
A principal vantagem da tecnologia Direct to Cell é a eliminação de zonas sem sinal, mesmo que inicialmente limitada a SMS. Em situações de emergência ou trabalho em campo em regiões remotas como o Deserto do Atacama, a possibilidade de enviar mensagens pode ser decisiva para a segurança dos usuários.
A experiência ainda está distante da navegação plena em 4G ou 5G, e a exigência de visão livre para o céu permanece como uma restrição física. Mesmo assim, a chegada da Starlink ao segmento móvel cria uma nova camada de conectividade que tende a se expandir conforme dados e voz sejam incorporados ao pacote de serviços.
Pressão sobre operadoras e próximos passos
A entrada da Starlink no mercado de conexão direta ao celular traz um efeito competitivo claro. As operadoras móveis agora convivem com um modelo híbrido onde parte da cobertura deixa de depender exclusivamente de torres terrestres. Fabricantes de smartphones também precisam se adaptar para suportar a comunicação com satélites em órbita baixa.
A forma como a Starlink transformará um piloto baseado em SMS em uma oferta completa de dados móveis será o grande teste de maturidade da tecnologia. A experiência chilena deve ser observada de perto por reguladores, operadoras e usuários de toda a América Latina, incluindo Brasil e Argentina, que podem ser os próximos mercados da região a receber o serviço.
Os satélites da Starlink operam a 550 km de altitude, oferecendo latência média de 45 ms, muito inferior aos 680 ms de concorrentes tradicionais. Com velocidades duas vezes superiores a provedores como HughesNet e Viasat, a empresa de Elon Musk busca redefinir as comunicações globais, desafiando tanto provedores de internet via satélite quanto redes de fibra óptica. Vale lembrar que o desempenho da Starlink pode variar conforme a região, como já foi observado em alguns mercados.



