
No encerramento da Conferência Mundial de Desenvolvimento das Telecomunicações (WTDC-25), ocorrido no último dia 28 de novembro em Baku, capital do Azerbaijão, os países-membros da União Internacional de Telecomunicações (UIT) chegaram a um consenso: é preciso agir para conectar quem ainda está fora da internet.
O evento terminou com a assinatura de um novo plano de ação, que vai orientar iniciativas internacionais até o fim da década. A proposta busca enfrentar uma desigualdade que persiste, apesar do avanço das redes: a exclusão digital de bilhões de pessoas.
Inclusão como foco
Segundo relatórios da própria UIT, mais de 2 bilhões de pessoas, algo em torno de um quarto da população mundial, seguem desconectadas em pleno 2025. O novo plano não apenas reconhece esse número, mas tenta mapear caminhos para enfrentá-lo.
As ações previstas priorizam áreas com baixa cobertura, regiões remotas, países em desenvolvimento e grupos sociais frequentemente deixados de fora do progresso digital.
Para a secretária-geral da entidade, Doreen Bogdan-Martin, a conectividade já não pode ser tratada como uma questão técnica. “É uma questão humana. Sem acesso à internet, estamos falando de populações inteiras deixadas para trás em saúde, educação e oportunidades”, declarou durante o evento.
Medidas e compromissos
Entre os compromissos assumidos, estão o estímulo à criação de redes locais, programas de capacitação, incentivo ao uso de dispositivos acessíveis e o fortalecimento da infraestrutura já existente.
O documento também inclui recomendações aos grupos técnicos da UIT para que foquem em temas como qualidade da conexão, acessibilidade e segurança.
Além disso, foram anunciados projetos regionais. Um deles, em parceria com o governo da Austrália, pretende conectar comunidades da Ásia-Pacífico.
Outro, no Senegal, vai apoiar mulheres jovens no uso de tecnologias digitais. A UIT também mencionou iniciativas voltadas à formação técnica em países da CEI.
Diversidade de realidades e cooperação
O diretor do setor de desenvolvimento da UIT, Cosmas Luckyson Zavazava, lembrou que os desafios não são os mesmos para todos.
“Há países sem litoral, pequenas ilhas, grandes territórios com áreas isoladas. O plano tenta respeitar essas diferenças e propor soluções adaptáveis”, disse.
O plano de Baku marca um novo momento para a UIT. Mais do que metas técnicas, representa um chamado à cooperação global. As metas são ambiciosas, mas não inatingíveis, desde que cada parte envolvida faça a sua parte.





