
A Verizon anunciou nesta quinta-feira (20) o corte de mais de 13 mil empregos, marcando a maior demissão em massa da história da operadora de telefonia móvel americana, como parte de uma ampla reestruturação destinada a reduzir custos e reorientar suas operações para recuperar competitividade no mercado de telecomunicações dos Estados Unidos.
A Verizon está entre as maiores operadoras de telecomunicações do mundo, com forte presença no mercado norte-americano e influência global no setor móvel. A companhia atende dezenas de milhões de usuários, investe constantemente em infraestrutura 5G e figura entre as empresas mais valiosas do segmento de comunicação, competindo com gigantes como AT&T e T-Mobile.
Simplificação das operações
O novo CEO da empresa, Dan Schulman, comunicou aos funcionários que a medida visa simplificar as operações e eliminar a complexidade que tem atrasado a companhia e frustrado seus clientes. Segundo Schulman, a estrutura atual de custos limita a capacidade da Verizon de investir significativamente em sua proposta de valor para o cliente.

Além dos cortes no quadro de pessoal, a Verizon planeja converter 179 lojas de varejo próprias em operações franqueadas e fechar uma unidade. A empresa também reduzirá significativamente as despesas com mão de obra terceirizada e outros custos externos. Um porta-voz da companhia confirmou que esta é uma oportunidade para a operadora redefinir, reestruturar e realinhar suas prioridades.
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Impacto nos funcionários
A maior parte dos cortes afetará a força de trabalho nos Estados Unidos. A Verizon tinha cerca de 100 mil funcionários no país no final de 2024, incluindo aproximadamente 70 mil funcionários não sindicalizados. A empresa já havia cortado quase 20 mil postos de trabalho nos três anos anteriores, intensificando agora seus esforços de reestruturação sob a nova liderança.
Para apoiar os funcionários demitidos, a Verizon criou um fundo de transição de carreira de US$ 20 milhões, com foco em desenvolvimento de habilidades, treinamento digital e colocação profissional. Schulman destacou que o fundo é voltado especificamente para as oportunidades e habilidades necessárias na era da inteligência artificial, embora a empresa tenha esclarecido que os cortes não resultam do uso de IA.
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Pressão da concorrência
A operadora enfrenta crescente pressão do mercado devido à redução no número de novos clientes, enquanto concorrentes mais antigos oferecem planos mais baratos e operadoras de TV a cabo entram na disputa. A Verizon adicionou apenas 44 mil assinantes de serviços móveis com pagamento mensal no terceiro trimestre, ficando atrás da AT&T. A T-Mobile liderou o mercado com mais de 1 milhão de novos assinantes.
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Schulman, que foi membro do conselho da Verizon desde 2018 e assumiu como CEO em outubro após liderar o PayPal, enfrenta promoções agressivas das rivais AT&T e T-Mobile. As concorrentes têm oferecido descontos significativos e ofertas de troca em torno do lançamento de novos modelos de iPhone, intensificando a competição no setor.
Investimentos em infraestrutura
Para impulsionar sua rede 5G, a Verizon gastou US$ 52 bilhões na aquisição de espectro de banda média sem fio em um leilão de 2021. A empresa também fechou um acordo de US$ 20 bilhões para adquirir a Frontier Communications no ano passado e investiu US$ 6 bilhões na aquisição da provedora de telefonia móvel pré-paga TracFone Wireless, demonstrando sua estratégia de expansão apesar dos desafios financeiros.
Nova liderança para transformação
Como parte da transformação, a Verizon nomeou Alfonso Villanueva como vice-presidente executivo e diretor de transformação. Villanueva, que trabalhou com Schulman no PayPal e atuou como CIO da Singtel, liderará uma nova Organização de Transformação que abrigará as equipes de Estratégia, Desenvolvimento Corporativo e Parcerias, Análise de Dados e IA, além de Cadeia de Suprimentos, Sourcing e Sustentabilidade.





