
O Google acaba de dar um passo importante no combate à desinformação digital. Usuários do Gemini, inteligência artificial da empresa, agora contam com um recurso capaz de verificar se um vídeo foi criado ou manipulado pela própria plataforma.
A novidade, anunciada recentemente, já está disponível em português e pode ser acessada diretamente no chatbot, tanto via desktop quanto por dispositivos móveis.
A tecnologia por trás da verificação é o SynthID, uma espécie de marca d’água digital invisível aplicada aos conteúdos audiovisuais gerados pelo Gemini.
Essa marca não altera a aparência do vídeo nem interfere no som, mas permite que a IA identifique, com precisão, se aquele material foi artificialmente criado ou alterado dentro do próprio sistema.
Como funciona o sistema de verificação no Gemini
O processo é simples. Basta abrir o app do Gemini e digitar uma solicitação direta, como “Esse vídeo foi feito com IA?”. Antes de enviar a pergunta, o usuário deve anexar o arquivo, que precisa estar salvo no dispositivo. O sistema aceita vídeos de até 90 segundos e com limite de 100 MB.
Feito isso, o Gemini analisa o conteúdo e responde informando se há sinais de geração por IA. Quando detectada, a marca d’água embutida aponta inclusive os trechos específicos do vídeo em que a criação artificial ocorreu. O usuário, assim, tem uma visão mais precisa da integridade do material.
Limitações ainda existem
Embora promissora, a ferramenta possui limitações importantes. O sistema só reconhece conteúdos criados dentro do próprio Gemini. Isso significa que vídeos gerados por outras plataformas de IA, mesmo que semelhantes em estilo ou estrutura, não podem ser verificados com esse método.
Além disso, não é possível checar vídeos hospedados online, como no YouTube ou redes sociais. É necessário que o arquivo esteja disponível localmente para envio.
Um recurso em evolução, mas já relevante
O SynthID não é exatamente novo. Ele vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, mas agora se torna acessível ao público de maneira prática.
Já vinha sendo utilizado na identificação de imagens manipuladas, e a extensão para vídeos reforça o compromisso do Google com a rastreabilidade de conteúdos digitais.
Durante testes conduzidos por veículos especializados, como o TecMundo, o recurso demonstrou eficácia na detecção de clipes gerados pelo próprio Gemini. Por outro lado, apresentou falhas ao tentar avaliar vídeos artificiais vindos de outras plataformas, o que reforça seu uso ainda limitado, mas funcional dentro do ecossistema do Google.
Relevância em tempos de deepfakes
A chegada dessa funcionalidade ocorre em um momento em que vídeos falsos e manipulados se espalham com facilidade pela internet. E pior: usuários relatam que está cada vez mais difícil identificar o que é IA e o que é humano.
Nesse sentido, a possibilidade de verificar se um conteúdo audiovisual foi gerado por IA, mesmo que com restrições, representa um avanço importante para a integridade da informação online.
No futuro, é esperado que o recurso seja aprimorado para lidar com materiais de outras fontes e formatos mais variados. Por ora, a ferramenta já se mostra útil para usuários que consomem ou trabalham com vídeos e buscam mais clareza sobre a origem do conteúdo que recebem ou compartilham.





