14/12/2025

Relatório internacional mostra que 5G cresce, mas não chega para todos

Estudo da UIT indica que, apesar do avanço da tecnologia 5G em escala global, milhões ainda não conseguem sequer acessar a internet com qualidade.

Salvar post
Pessoa utilizando telefone que tem a inscrição "5G" na tela. Ao fundo, o horizonte de uma cidade à noite.
Imagem: Getty Images/reprodução

Como sempre noticiamos aqui no Minha Operadora, as redes 5G estão cada vez mais presentes no dia a dia de quem vive em centros urbanos e economias avançadas. 

Corroborando com isso, o novo relatório “Fact and Figures 2025”, da União Internacional de Telecomunicações (UIT), aponta que já são cerca de 3 bilhões de assinaturas 5G em funcionamento no mundo em 2025, o que representa aproximadamente um terço de todas as conexões móveis.

O número impressiona, mas esconde um desequilíbrio difícil de ignorar. Segundo o estudo, 84% das pessoas nos países ricos já estão cobertas pela tecnologia, enquanto nos países de menor renda, esse número despenca para 4%. Isso significa que, na prática, o acesso segue restrito para boa parte da população mundial.

A tecnologia avança, mas não de forma igual

O relatório mostra que 55% da população global vive em regiões cobertas pelo 5G. A expansão vem acontecendo de forma acelerada, impulsionada pela popularização de smartphones modernos e pela busca por uma internet mais veloz.

No entanto, o uso real da tecnologia ainda é muito desigual. Em média, moradores de países desenvolvidos consomem oito vezes mais dados móveis do que usuários em nações com menos recursos. 

A disparidade não se limita ao sinal: ela também está na qualidade da conexão e na capacidade de aproveitar os recursos disponíveis.

Conectar ainda é caro e muita gente está fora

Mesmo com avanços na infraestrutura, 2,2 bilhões de pessoas seguem desconectadas da internet. A maioria vive em países de renda média ou baixa, onde o acesso ainda é limitado por fatores como custo elevado dos planos e baixa qualificação digital.

Em muitos lugares, os pacotes de dados ainda estão longe do bolso da população, e quando a conexão existe, ela é usada apenas para o básico. 

Ferramentas mais complexas, como ensino online ou serviços públicos digitais, acabam ficando fora do alcance de boa parte das pessoas.

Onde o 5G não chega, o 3G ainda resiste

Enquanto nas capitais o 5G começa a virar padrão, em áreas afastadas a realidade ainda é marcada pelo uso de redes 3G ou, no máximo, 4G instável. Isso afeta diretamente o que pode ser feito online: chamadas de vídeo, por exemplo, se tornam um desafio.

Além disso, essa limitação tecnológica afasta a população de oportunidades ligadas à economia digital, como trabalho remoto ou cursos de qualificação online. A falta de conexão de qualidade é hoje um fator de exclusão social.

Mais que sinal, é preciso garantir inclusão

O estudo da UIT termina com um alerta: não basta levar antenas para novas regiões. Para que a internet, e o 5G, realmente cumpram o papel de conectar o mundo, é necessário investir também em políticas públicas, educação digital e acesso acessível.

Conectar pessoas vai muito além de estatísticas. Envolve garantir que todos tenham as condições mínimas para usar a rede de forma segura, estável e produtiva. Só assim será possível transformar a expansão tecnológica em inclusão de verdade.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigo
Mais recente Mais Votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários