
O grupo mexicano América Móvil (AMX), que é proprietário da Claro no Brasil e várias outras companhias de telecomunicações na América Latina e também na Europa, ainda não começou a sentir o efeito no aumento da tarifa do governo dos Estados Unidos em seus serviços. Porém, tem mostrado que pode efetuar mudanças em sua produção e importação, justamente em decorrência das mudanças no comércio internacional.
CEO fala sobre incertezas na política comercial dos EUA
“Até o momento, não temos nada para falar sobre tarifas e não esperamos [impacto de] tarifas nos próximos meses”, disse Daniel Hajj, CEO da AMX, em uma coletiva com analistas que aconteceu depois de serem expostos os números da empresa no primeiro trimestre.
Contudo, Hajj fez questão de frisar que “é muito difícil entender o que vai acontecer no futuro”, citando diretamente em sua declaração a política comercial do governo americano de Donald Trump. Diante disso o grupo está estudando a ampliação da cadeia de produção no México, para que desta forma possa diminuir as importações dos Estados Unidos e da China.
Mesmo que o aumento nas tarifas ainda não tenha impactado nos resultados da empresa, o CEO deixou claro que em um quadro de instabilidade os efeitos são inevitáveis no câmbio. “Compramos tudo em dólar”, contou. “[Diante de] tudo o que está acontecendo no mundo, espero que beneficie o México”, finalizou.
Resultados do primeiro trimestre surpreendem
Na divulgação dos números da empresa, a AMX teve crescimento de 14,1% no primeiro trimestre, comparando com o mesmo período do ano passado, totalizando uma receita de 232 bilhões de pesos mexicanos (US$ 11,8 bilhões).
Também se teve crescimento os serviços móveis, cerca de 5,7%, tendo sua principal alta de 8,8% nos planos pós-pagos. O segmento fixo também avançou 6,7%, em decorrência do crescimento da banda larga (+9,8%) e TV paga (+8,7%), uma alta que foi vista como muito forte pela empresa nos últimos trimestres.
A subida no lucro operacional foi de 10%, mesmo tendo o aumento de 16,1% com depreciação e amortização, em decorrência da aquisição da ClaroVTR no Chile que ocorreu ainda em 2024. Foi apresentado um lucro líquido de 38,6%, para 18,7 bilhões de pesos mexicanos (US$ 950 milhões).