06/04/2024

Inteligência Artificial vai roubar empregos? Estudo do MIT dá resposta

Pesquisa revela que Inteligência Artificial tem limitações econômicas na automação de empregos, destacando áreas de resistência e projeções.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) realizou um estudo para abordar preocupações sobre a substituição de empregos humanos por Inteligência Artificial (IA). Concluiu-se que, no momento, a IA não pode substituir a maioria dos empregos de maneira econômica. Os pesquisadores do MIT examinaram a viabilidade da automação de tarefas nos Estados Unidos, com foco em empregos que fazem uso de visão computacional, como professores e avaliadores de propriedades.

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Este estudo representa uma das primeiras análises detalhadas sobre a migração da mão de obra para a IA, indicando que, pelo menos atualmente, a substituição generalizada de empregos por IA não é uma opção viável economicamente.

A pesquisa revelou que somente 23% dos trabalhadores, considerando a avaliação em termos de salários em dólares, são passíveis de substituição efetiva por inteligência artificial. Em situações como o reconhecimento visual assistido por IA, que apresenta custos elevados de instalação e operação, constatou-se que os seres humanos desempenham as tarefas de maneira mais econômica.

A incorporação da inteligência artificial em diversos setores ganhou impulso no último ano, especialmente após a demonstração do potencial da tecnologia por ferramentas generativas como o ChatGPT da OpenAI.

Diversas empresas de tecnologia, tanto nos Estados Unidos, como a Microsoft (MSFT) e a Alphabet (GOOGL), quanto na China, a exemplo da Baidu (BIDU) e do Alibaba (BABA), têm lançado novos serviços baseados em Inteligência Artificial (IA) e intensificado seus planos de desenvolvimento nessa área. Esse movimento tem ocorrido em um ritmo que alguns líderes do setor consideram excessivamente acelerado, gerando preocupações sobre os potenciais impactos da IA nos empregos.

A apreensão em relação à possibilidade de as máquinas substituírem postos de trabalho tem sido uma inquietação persistente, particularmente em períodos de mudanças tecnológicas rápidas. A ideia de que “as máquinas vão roubar nossos empregos” é um sentimento comumente expresso diante desse contexto de transformações tecnológicas aceleradas.

A ansiedade referida no texto ressurgiu no contexto da criação de grandes modelos de linguagem, conforme destacado pelos pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT em seu artigo de 45 páginas intitulado “Beyond AI Exposure” (“Além da exposição à IA”).

O campo da visão computacional desempenha um papel crucial na inteligência artificial (IA), permitindo que as máquinas extraiam informações significativas a partir de imagens digitais e outras entradas visuais. Suas aplicações mais comuns incluem sistemas de detecção de objetos para direção autônoma e a capacidade de categorizar fotos em smartphones. A visão computacional tornou-se onipresente e desempenha um papel fundamental em diversas áreas, contribuindo para avanços tecnológicos em vários setores.

A visão computacional apresenta uma relação custo-benefício mais vantajosa em setores como varejo, transporte e armazenamento, notavelmente nas operações do Walmart e da Amazon.com. Além disso, o uso dessa tecnologia é considerado viável na área de cuidados com a saúde, conforme indicado pelo documento do MIT.

A implementação mais agressiva da inteligência artificial, especialmente por meio de ofertas de assinatura de IA como serviço, pode ampliar sua aplicação em diversos campos. O estudo, financiado pelo MIT-IBM Watson AI Lab, baseou-se em pesquisas online, revelando que, atualmente, apenas 3% das tarefas com assistência visual em 800 cargos podem ser economicamente automatizadas. Contudo, os pesquisadores preveem que esse percentual pode aumentar para 40% até 2030, caso os custos dos dados diminuam e a precisão da tecnologia melhore.

A avançada tecnologia dos chatbots, como o ChatGPT e seus concorrentes, incluindo o Bard do Google, levantou preocupações sobre a substituição de empregos pela inteligência artificial. Esses novos chatbots demonstram habilidades em tarefas anteriormente exclusivas dos humanos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que quase 40% dos empregos globais podem ser afetados, destacando a necessidade de os formuladores de políticas equilibrarem o potencial da IA com suas consequências negativas. Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o debate se concentrou amplamente no impacto da IA no mercado de trabalho, com especialistas, como Mustafa Suleyman da Inflection AI e da DeepMind do Google, enfatizando que os sistemas de IA são, essencialmente, ferramentas de substituição de mão de obra.

Um estudo de caso investigou uma padaria fictícia, revelando que os padeiros gastam apenas 6% de seu tempo em inspeções visuais diárias de ingredientes para controle de qualidade. Os pesquisadores afirmam que embora a implementação de câmeras e um sistema de IA possa economizar tempo e salários, o custo atual dessa atualização tecnológica ainda não é viável. O diretor do Projeto de Pesquisa FutureTech no MIT, Neil Thompson, destacou que a automação provavelmente aumentará no varejo e na área de saúde, mas será menos prevalente em setores como construção, mineração ou imóveis.

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