20/04/2024

Por causa da fibra, Bain não vê crescimento do FWA no Brasil

Há uma maior penetração do FWA em países desenvolvidos, pois a fibra tem alto custo e faltam incentivos para sua implementação.

De acordo com a Bain & Company, consultoria global que auxilia empresas e organizações a promover mudanças que definam o futuro dos negócios, o FWA (Fixed Wireless Access, em inglês) tem potencial para gerar R$ 1,7 bilhão em receitas em 2027, no mundo, em seu pior cenário. Entretanto, em uma projeção mais otimista, a tecnologia é capaz de gerar R$ 6,2 bilhões.

Para nível de entendimento, o acesso fixo sem fio é uma forma alternativa para um provedor de serviços de Internet (ISP) fornecer conectividade de última milha para pequenas empresas e residências. A tecnologia usa ondas de rádio para criar uma conexão entre uma torre de celular de Ponto de Presença e uma antena externa localizada na casa ou empresa do cliente.

De acordo com a empresa, o 5G deverá ampliar seu uso e, por isso, ter uma fatia de mercado no FWA mais importante por conta de três fatores:

  • Substituição da infraestrutura de DSL (conexão à Internet de banda larga por meio de linhas telefônicas);
  • Maior penetração em mercados emergentes;
  • Mais investimento na tecnologia móvel de quinta geração.

Para a consultoria, até 2027, a adoção de FWA deve ser impulsionado em países onde a um volume elevado de usuários do 5G, como EUA, Japão, Reino Unido e Brasil. Entretanto, no caso brasileiro, embora tenha um grande número de usuários 5G, a tecnologia não deve decolar no momento, mesmo com a reserva da frequência de 6 GHz para o Wi-Fi não licenciado.

Isto porque, no país, as empresas de telecomunicações estão focadas no mercado de banda larga de fibra óptica, cuja estrutura segue em expansão. O FWA precisa enfrentar os baixos custos de mão de obra e os componentes chineses baratos para superar a fibra, além de ser capaz de oferecer uma proposta de valor mais atrativa.

A Bain & Company estima que, em 2025, a banda larga fixa alcance a marca de 48 milhões conexões, dos quais 6,4% seriam baseadas na tecnologia FWA. Em um cenário otimista, a marca poderá chegar a 13%.

País emergentes e desenvolvidos

Quando se refere a países emergentes e desenvolvidos, a Bain afirma que o FWA tem potencial, pois estudos da empresa apontam que 40% dos novos lançamentos do FWA de 5G em 2022 foram em mercados emergentes.

A tecnologia deve chegar a 12 milhões de usuários até 2027, somente nos Estados Unidos. Em países desenvolvidos, há uma maior penetração do FWA, uma vez que a fibra óptica tem alto custo e faltam incentivos para sua implementação.

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