18/04/2024

WhatsApp libera pagamentos diretamente pelo aplicativo no Brasil

Guilherme Horn, chefe do aplicativo de mensagem na América Latina, afirma que o ‘pagamento pelo WhatsApp é complementar ao Pix’.

Nesta terça-feira (11), o WhatsApp passou a liberar para os usuários no Brasil a compra de serviços e produtos pelo aplicativo de mensagem, incluindo o pagamento que será feito diretamente pelo chat, após a realização de um cadastro de dados bancários, de acordo com a Meta.

A princípio, o recurso, que estava há anos esperando por um aval regulatório, é direcionado para pequenos comerciantes, e terá implementação gradual. A funcionalidade foi anunciada em meados de 2020, mas foi bloqueada pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na época, as autarquias temiam os impactos no sistema de pagamentos do país em termos de concorrência, eficiência e privacidade de dados, bem como necessidade de certas licenças regulatórias. Entretanto, dias depois foi liberada pelo Cade, enquanto que somente em 2021, obteve a liberação do BC, e a modalidade de pagamentos apenas em março deste ano.

Guilherme Horn, chefe do WhatsApp na América Latina, disse à Reuters que, para ele, o “pagamento pelo WhatsApp é complementar ao Pix”, e o aplicativo pretende incluir a modalidade de pagamento do BC futuramente a seu sistema.

Inicialmente, serão aceitos cartões de crédito, débito e pré-pago. No portfólio do WhatsApp, inicialmente, estão cerca de 15 bancos. Entretanto, a segurança surge como uma preocupação, por causa dos bancários dos usuários, uma vez que será necessário o cadastro desses dados na aba “pagamento” do aplicativo.

Nesse caso, Horna afirma que as bandeiras Visa e Mastercard, parceiras do WhatsApp no negócio, vão realizar a tokenização dos cartões, ou seja, uma representação digital que será armazenada. Se ocorrer alteração no smartphone, como troca de número ou chip, o processo terá que ser refeito.

A tokenização substitui as informações confidenciais “sem expor nenhuma informação sensível da conta, reduzindo o risco de fraudes”, disse a empresa, acrescentando que “nem mesmo o vendedor terá acesso às informações de pagamento tokenizadas”.

Além disso, ainda será necessário o cadastro de uma senha para usar a modalidade de pagamentos no aplicativo, que poderá ser substituída por impressão digital ou reconhecimento facial.

Disponibilidade

Como já mencionado, a ferramenta, inicialmente, está disponível apenas para alguns empreendimentos que usam o WhatsApp Business, uma versão do aplicativo voltada para negócios. O serviço de mensagem ainda tem o WhatsApp Business API, uma versão mais robusta e paga voltada a empresas maiores, mas que ficará de fora da modalidade de pagamentos, por ora.

Não foi detalhado quantos comerciantes poderão vender os produtos na plataforma de início e nem o número total de participantes do WhatsApp Business no Brasil. A ideia é cobrir todos os clientes deste segmento em “alguns meses”, de acordo com a companhia.

A Meta também explica que os comerciantes terão que estar cadastrados junto à Cielo, ao Mercado Pago, do Mercado Livre, ou à Rede, do Itaú Unibanco. Outros adquirentes, que estão em fase de testes, estarão disponíveis no serviço em breve.

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