31/12/2025

Paramount desativa canais na TV paga e muda o jogo com foco total no streaming

Marcas como MTV, Nickelodeon e Comedy Central não estarão mais disponíveis nos pacotes de TV a cabo em 2026.

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Imagem: Midjourney/Paramount/Reprodução

O público que ainda acompanha a programação linear da TV por assinatura começou a notar ausências importantes neste final de 2025. Os canais da Paramount, entre eles MTV, Nickelodeon e Comedy Central, deixaram de ser exibidos nas principais operadoras brasileiras. 

A decisão, que nós noticiamos recentemente, marca o fim de uma etapa e o início de uma nova estratégia da gigante do entretenimento: falar diretamente com o consumidor, sem intermediários.

Os sinais começaram a sair do ar nesta segunda-feira, 29 de dezembro, cumprindo um cronograma que havia sido sinalizado meses antes. Além dos títulos mais populares, como Nick Jr. e Paramount Channel, outros canais da marca também foram retirados da grade.

Operadoras se pronunciam sobre desligamento

A repercussão foi imediata entre as operadoras. A SKY, uma das maiores do setor, confirmou que recebeu a notificação formal da Paramount. 

Informou também que está substituindo os canais removidos por alternativas já disponíveis no mercado, como Box Kids TV, SBT News e outros títulos nacionais e internacionais.

Apesar da mudança, a parceria entre as empresas não foi encerrada. A Paramount continuará oferecendo seus conteúdos por meio do serviço Paramount+, acessível aos clientes via plataformas on demand da própria SKY.

A Claro, por sua vez, também foi comunicada e disse estar avaliando quais medidas tomará para reorganizar sua oferta de conteúdo. Até agora, nenhuma substituição de canais foi oficializada pela operadora.

A virada estratégica da Paramount: sair do pacote e ir direto ao público

Nos bastidores da indústria, a decisão da Paramount vinha sendo ventilada desde outubro. Fontes ligadas à empresa afirmam que o modelo tradicional, baseado em distribuição via pacotes fechados das operadoras, já não entregava os resultados esperados. 

Três fatores pesaram: queda nas receitas de publicidade, redução no número de assinantes da TV por assinatura, e os altos custos do modelo regulado, como os encargos do SeAC.

Com esse novo movimento, a empresa sinaliza um reposicionamento claro: apostar todas as fichas no modelo D2C (direct-to-consumer), ampliando sua base de usuários no streaming pago com o Paramount+ e mantendo uma presença gratuita por meio da Pluto TV, seu serviço de canais por internet (FAST).

Um mercado em transformação e o fim da era dos canais tradicionais?

A saída desses canais do line-up das operadoras brasileiras é mais um reflexo de um cenário que se transforma rapidamente. Há anos, a TV por assinatura vê sua base de usuários encolher, enquanto as plataformas sob demanda ganham espaço.

Para o consumidor, o impacto imediato é a perda de marcas conhecidas e conteúdos tradicionais. Por outro lado, operadoras buscam ocupar esse vácuo com outras opções, embora nem sempre com o mesmo apelo, mas suficientes para manter a oferta diversificada.

Especialistas apontam que o movimento da Paramount pode ser apenas o primeiro entre outros grupos que devem repensar suas estratégias. Afinal, o jogo mudou: não são mais os canais que definem o que o público assiste, mas sim os aplicativos que o público escolhe acessar.

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