
A Warner Bros. Discovery estuda uma movimentação estratégica que pode remodelar sua presença no setor de televisão por assinatura. A empresa estaria negociando com o fundo de investimentos Standard General a venda de ativos como CNN, Discovery Channel e Food Network.
As conversas ocorrem em paralelo à tentativa de fusão com a Netflix, em uma operação bilionária que pode reconfigurar o mercado de mídia e streaming.
Segundo informações apuradas por veículos internacionais como Financial Times e Wall Street Journal, um dos principais acionistas da Warner teria sondado o investidor nova-iorquino Soo Kim, fundador do Standard General, para discutir a aquisição ou participação nos canais a cabo do grupo.
A iniciativa surge em um momento de forte pressão sobre os ativos tradicionais da empresa, afetados por queda de audiência e elevados níveis de endividamento.
A crise na TV tradicional e os planos da Warner
Os canais de TV linear enfrentam há anos uma migração de público para o ambiente digital. No caso da Warner, o impacto tem sido ainda mais significativo diante da necessidade de reequilibrar as finanças.
O objetivo, segundo fontes ligadas à empresa, seria preparar o terreno para a fusão com a Netflix, operação estimada em mais de 80 bilhões de dólares.
A alternativa colocaria fim à oferta feita pela Paramount/Skydance, que propôs 108 bilhões de dólares pela aquisição total do conglomerado. A proposta foi considerada arriscada pelo conselho da Warner, especialmente por não apresentar garantias de financiamento. A fusão com a Netflix, por outro lado, envolveria dinheiro e ações e incluiria também os ativos da HBO.
Histórico do investidor e implicações para a CNN
O possível comprador dos canais, Soo Kim, tem um longo histórico de aquisições no setor de mídia. Em 2010, adquiriu a Young Broadcasting em meio a um processo de falência e, anos depois, tentou comprar a Tegna, operação bloqueada por questões regulatórias.
A atuação do Standard General é conhecida por mirar empresas com dificuldades financeiras, com foco em reestruturação, o que, no geral, acontece.
A CNN, uma das marcas mais fortes do portfólio da Warner, é mencionada com frequência como peça central nas tratativas. A rede de notícias tem peso institucional, mas também enfrenta desafios de audiência e custos. Interlocutores afirmam que o canal está no radar de possíveis compradores há anos, e que a atual conjuntura pode acelerar sua venda.
Mercado atento e possível impacto nas operadoras
Embora as negociações ainda não tenham sido oficializadas publicamente pelas partes envolvidas, o mercado acompanha os desdobramentos com atenção.
A eventual saída da CNN e de outros canais do guarda-chuva da Warner pode ter reflexos nas negociações com operadoras de TV paga e anunciantes, sobretudo nos Estados Unidos e América Latina.
A Warner confirmou que mantém conversas com diferentes investidores para sua divisão de televisão tradicional, mas não detalhou os nomes ou estágios das tratativas.
Caso a venda avance, o desmembramento desses ativos pode se tornar peça-chave para viabilizar a fusão com a Netflix, ao mesmo tempo em que redefine o papel da Warner no setor de mídia global.





