
A Poste Italiane, os Correios da Itália, estão prestes a adquirir a participação remanescente da Vivendi na TIM, em uma transação avaliada em aproximadamente € 200 milhões (R$ 3,2 bilhões), segundo reportagem do jornal italiano Il Fatto Quotidiano. A operação, que ainda não foi oficialmente anunciada pelas empresas envolvidas, deve consolidar a posição da Poste Italiane como maior acionista da operadora de telecomunicações italiana, elevando sua fatia para mais de 27% do capital social.
A negociação envolve a compra de 2,51% das ações da TIM que ainda pertencem à empresa francesa Vivendi. Com esta aquisição, a Poste Italiane passará a deter 27,32% da operadora de telefonia, marcando a saída definitiva da Vivendi do controle acionário da companhia italiana após quase uma década de participação controversa.
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Preço acima do mercado
Segundo fontes financeiras citadas pelo veículo Key4Biz, o preço acordado para a transação equivale a aproximadamente 52 centavos de euro por ação. Este valor representa um leve prêmio em relação à cotação atual da TIM no mercado, que está sendo negociada em torno de €0,49. Nas últimas semanas, as ações da operadora raramente ultrapassaram a marca de €0,50, o que torna a oferta atraente para a Vivendi encerrar sua participação.

A valorização das ações da TIM desde que a Poste Italiane se tornou o principal acionista em março é significativa. Naquela época, quando os Correios italianos adquiriram 15% da Vivendi por €680 milhões, as ações eram negociadas a cerca de €0,30, o que representa uma valorização de mais de 60% no período.
Parceria estratégica
A entrada da Poste Italiane no capital da TIM tem se mostrado benéfica para ambas as empresas. Além do investimento financeiro inicial de 9,81% comprado do banco estatal Cassa Depositi e Prestiti (CDP), seguido da aquisição dos 15% da Vivendi, as duas companhias rapidamente estabeleceram colaborações operacionais que vão além da simples participação acionária.
Em setembro, a TIM lançou uma linha de planos de energia elétrica e gás fornecidos pela Poste Italiane, diversificando seu portfólio de serviços. Mais recentemente, em novembro, foi anunciado um acordo pelo qual a PosteMobile, operadora virtual de telefonia móvel dos Correios italianos, migrará sua operação para a rede da TIM, substituindo a Vodafone como operadora hospedeira.
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Reflexos no Brasil
Embora a transação envolva apenas a TIM Itália, a movimentação acionária pode trazer reflexos indiretos para a TIM Brasil. A operadora brasileira, que já foi controlada pela Telecom Italia até sua completa separação societária finalizada em 2023, mantém apenas vínculos comerciais e de marca com a empresa europeia.
A estabilização do controle acionário da TIM italiana sob a Poste Italiane e a saída definitiva da Vivendi podem reduzir incertezas corporativas que historicamente afetavam as decisões estratégicas do grupo, mas não devem impactar diretamente as operações da TIM Brasil, que segue como empresa independente listada na B3.



