
No interior do Amazonas, uma escola pública começou a ver o ensino mudar a partir de algo que, para boa parte do país, já parece trivial: a chegada da internet.
Situada em São Gabriel da Cachoeira, cidade com a maior população indígena do Brasil, a Escola Estadual Dom Bosco passou a contar com acesso à rede após ser incluída no programa federal Escolas Conectadas.
A conexão, implantada com apoio do governo, alterou a dinâmica em sala de aula. Professores que antes trabalhavam apenas com papel, quadro e giz, agora conseguem acessar recursos digitais para planejar aulas, buscar atividades interativas e explorar novas formas de ensino.
Segundo relatos da própria equipe escolar, a relação com os alunos também melhorou. A internet abriu caminhos para mais diálogo, conteúdos diferenciados e até para uma maior motivação entre as crianças.
Com cerca de 322 alunos do ensino fundamental, muitos vindos de comunidades ribeirinhas e indígenas, a Dom Bosco é um retrato de como a conectividade pode impactar o ensino em locais onde o acesso é um desafio. Até pouco tempo atrás, nem energia elétrica constante havia no local.
Expansão da conectividade vai alcançar milhares de escolas
A experiência vivida no alto Rio Negro, no extremo noroeste do país, é parte de uma ação nacional mais ampla.
O Ministério das Comunicações e a Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (EACE) anunciaram um investimento de R$ 1,3 bilhão para levar internet de qualidade a 16,3 mil escolas públicas em áreas remotas, incluindo comunidades quilombolas, indígenas e periferias urbanas.
A proposta integra a chamada Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, que tem como meta conectar 138 mil instituições de ensino básico até o fim de 2026.
A infraestrutura será adaptada para cada realidade: em alguns lugares, o acesso será via fibra óptica; em outros, com suporte de satélites. A ideia é garantir estabilidade e alcance, independentemente das dificuldades geográficas.
Segundo o governo, não se trata apenas de colocar internet nas escolas, mas de garantir que essa tecnologia faça parte do processo pedagógico de forma efetiva, algo que inclui formação de professores, uso crítico das plataformas digitais e incentivo à produção de conteúdo em sala.
Mais do que conexão: internet é aliada no combate às desigualdades
A expansão da conectividade em escolas públicas situadas em áreas de difícil acesso tem sido apontada por especialistas e gestores como uma estratégia para reduzir disparidades educacionais no Brasil.
Em locais onde o acesso à internet ainda é limitado ou inexistente, a implantação de redes de alta velocidade pode representar um avanço no processo de inclusão digital.
Conforme mencionado, a presença da tecnologia em unidades de ensino como a Escola Estadual Dom Bosco amplia o alcance de recursos pedagógicos e permite o uso de plataformas educacionais que já fazem parte da rotina de escolas urbanas.
Ao possibilitar acesso a conteúdos atualizados e ferramentas digitais, a conectividade contribui para equilibrar as condições de aprendizado entre estudantes de diferentes regiões do país, fomentando melhores formações e o desenvolvimento humano como um todo.
* Com informações da Agência Gov e do Ministério das Comunicações





