28/12/2025

O design dos celulares ficou ‘pobre’ com o tempo?

Com a ampla disseminação das telas touch screen, há a impressão de que os aparelhos perderam o tônus inovativo que tinham quando surgiram no mercado.

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Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Antes da popularização das telas sensíveis ao toque, ou touch screen, os celulares antigos representavam um período de intensa experimentação na indústria móvel. 

Fabricantes como Nokia, que dominava o mercado na época, Sony Ericsson e Motorola, apostavam em formatos variados, mecanismos engenhosos e soluções de design que buscavam atender estilos de vida distintos. 

Embora os smartphones atuais concentrem mais recursos, a padronização visual levanta um debate sobre o que se perdeu ao longo desse caminho tecnológico.

Mas e aí, será que os smartphones modernos, cada vez mais tecnológicos (e caros) são “tudo farinha do mesmo saco”, ou ainda existe espaço para a inovação real, como no passado? Vamos discutir isso.

Quando o celular era também um objeto de engenharia

Durante os anos 1990, 2000 e 2010, cada novo modelo lançado no mercado trazia uma proposta própria. Havia aparelhos com tampas articuladas, teclados deslizantes, botões físicos iluminados e estruturas internas complexas, formadas por trilhos e dobradiças. O celular não era apenas uma tela: era um conjunto mecânico pensado para surpreender o usuário.

Esse período ficou marcado por uma competição criativa entre fabricantes, Nokia, Sony Ericsson e Motorola, que buscavam diferenciação em um mercado ainda em consolidação. A inovação não se limitava ao software, mas estava visível no próprio corpo do aparelho.

Imagem: Adobe Stock/Reprodução

Exemplos icônicos de celulares antigos

Alguns modelos se tornaram símbolos dessa fase. O Nokia 3310, por exemplo, ganhou fama pela resistência e pelo teclado físico confortável. Já o Motorola Razr V3 apostou em um design ultrafino e dobrável, tornando-se um item de desejo no início dos anos 2000. 

Outro caso emblemático foi o Nokia N95, que combinava teclado deslizante em dois sentidos com recursos multimídia avançados para a época.

E também não poderíamos deixar de citar os aparelhos da linha Walkman, da Sony Ericsson, que vinham equipados como mini caixas de som, fones de ouvido de alta qualidade e atalhos personalizados que transformavam o celular em verdadeiro dispositivo de áudio avançado. Eram realmente maravilhas modernas da época.

Esses smartphones antigos não apenas cumpriam funções básicas de comunicação, mas também expressavam identidade. Escolher um modelo dizia algo sobre o usuário, algo menos perceptível no cenário atual.

Imagem: Flickr/Reprodução

Hoje em dia é tudo “mais do mesmo”?

Com a consolidação das telas grandes e sensíveis ao toque, o mercado passou a seguir um padrão visual bastante semelhante. 

Hoje, a maioria dos smartphones se diferencia mais por especificações técnicas do que por formato ou interação física. 

A lógica industrial, que antes focava em diferenciais práticos e físicos, hoje prioriza eficiência produtiva, compatibilidade de componentes e experiência de uso centrada na tela.

Especialistas em design apontam que essa uniformidade facilitou o acesso à tecnologia, mas reduziu a diversidade estética e funcional que caracterizava gerações anteriores.

Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

O que ficou como legado?

Apesar de superados em recursos, os celulares antigos deixaram um legado importante para a indústria móvel. Eles ajudaram a moldar a relação das pessoas com a tecnologia portátil e mostraram que inovação também passa por ousadia no design.

Hoje, ao olhar para trás, esse período serve como referência histórica de um momento em que o celular era, ao mesmo tempo, ferramenta, experimento e expressão pessoal.

E você, leitor, o que sente sobre essa evolução dos smartphones? Conte para nós nos comentários.

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