
A Claro firmou um acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que coloca fim à concessão de telefonia fixa de longa distância no país, o chamado STFC LD (Serviço Telefônico Fixo Comutado de longa distância nacional e internacional).
Com a assinatura do Termo de Autorização nº 5/2025, ocorrida em 24 de dezembro, a operadora deixa para trás um modelo regulatório criado quando o telefone fixo ainda era o principal meio de comunicação entre cidades brasileiras.
Um serviço que perdeu espaço com o tempo
Durante décadas, a longa distância fixa foi um serviço estratégico. Era por meio dele que empresas e consumidores mantinham contato fora de suas regiões.
Esse cenário começou a mudar com a expansão da telefonia móvel e, mais recentemente, com a popularização de aplicativos de mensagens e chamadas via internet.
Hoje, o uso desse tipo de serviço é residual. A própria Claro vinha reduzindo sua oferta de chamadas de longa distância fixa, acompanhando um movimento que já se consolidou no comportamento dos usuários.
O que muda com o acordo assinado?
O termo firmado com a Anatel encerra oficialmente a concessão e reúne, em um único instrumento, as autorizações que permitem à Claro continuar prestando serviços de telefonia fixa.
Na prática, a empresa passa a operar totalmente sob o regime de autorização, considerado mais flexível do ponto de vista regulatório.
Esse modelo elimina obrigações típicas das concessões, criadas para um mercado que já não existe da mesma forma, mas mantém a supervisão da agência sobre a atuação da operadora.
Compromissos permanecem após o fim da concessão
Apesar do encerramento do contrato de concessão, a mudança não ocorre sem contrapartidas. A Claro assumiu compromissos definidos pela Anatel, entre eles a manutenção de telefones de uso público em localidades específicas e a realização de investimentos em infraestrutura.
Essas exigências funcionam como uma forma de preservar o interesse público durante a transição, especialmente em regiões onde o acesso a outros meios de comunicação ainda é mais limitado.
O que muda para quem usa os serviços?
Para o consumidor, a alteração tende a ter pouco efeito prático. A maioria dos usuários já não utiliza chamadas de longa distância fixa, optando por planos móveis ou soluções digitais. O acordo, portanto, formaliza uma realidade que já vinha sendo observada no dia a dia.
Do ponto de vista da Claro, a migração oferece maior liberdade para organizar seus serviços e concentrar investimentos em áreas consideradas prioritárias, como mobilidade e conectividade de dados.
Parte de um movimento mais amplo no setor
A decisão envolvendo a Claro não é isolada. A Anatel vem defendendo a atualização das regras que regem a telefonia fixa como forma de adequar o setor às transformações tecnológicas dos últimos anos.
A avaliação é que modelos mais flexíveis favorecem investimentos e tornam a regulação mais compatível com a realidade atual.
Com o fim da concessão de longa distância, a Claro encerra um capítulo da telefonia fixa tradicional e reforça sua atuação em um ambiente regulatório moldado por um mercado cada vez mais digital.



