19/04/2024

Globoplay não descarta mais parcerias internacionais

Em entrevista exclusiva, Ana Carolina Lima, Head de Conteúdo do Globoplay, fala sobre o desenvolvimento do app e mais detalhes para o Minha Operadora.

Ana Carolina Lima, Head de Conteúdo do Globoplay. Imagem: Paulo Márcio Gomide
Ana Carolina Lima, Head de Conteúdo do Globoplay. Imagem: Paulo Márcio Gomide

Evoluiu? Há alguns meses, esse é o conceito que o Globoplay trabalha para circular sua nova oferta no mercado brasileiro de streaming.

Se antes o serviço parecia apenas mais um a “pegar carona” no modelo popularizado pela Netflix, hoje o negócio vai muito além e começa a se destacar pela identidade que constrói, aos poucos.

Não se trata de mais uma plataforma com séries internacionais e conteúdo sob demanda da emissora de TV acoplada ao grupo, a Rede Globo.

A nova frente de negócio do Grupo parece ter compreendido as complexidades do mercado, assim como as demandas de consumo no escopo da marca.

Na nova configuração, entraram os “Canais Globo” com transmissão ao vivo, séries brasileiras com distribuição internacional (e possibilidade de aquisição por outros players no exterior) e parcerias internacionais, como a do Disney+.

Para somar, o serviço abraçou a “brasilidade” como um dos seus principais diferenciais de mercado, ou seja, o público que rejeita as telenovelas brasileiras para abraçar a dramaturgia americana não parece mais um alvo tão cobiçado pela empresa.

A inclusão de telenovelas a cada duas semanas, por exemplo, foi outra estratégia que parece ter aumentado o interesse de diversos usuários em ter uma assinatura do serviço.

Tanto é que a grande aposta para 2021 é a novela “Verdades Secretas 2”, que será exclusiva do streaming e continuará a trama do folhetim exibido pela TV Globo em 2015.

São estratégias que, até aqui, demonstram uma marca flexível e sem medo da concorrência dos gigantes de Hollywood, que só deve crescer.

Para entender melhor o atual posicionamento da empresa e os próximos passos, conversamos exclusivamente com Ana Carolina Lima, head de conteúdo do Globoplay.

Confira abaixo:

Recentemente, acompanhamos a estreia de Desalma, que configura uma estratégia inédita do Globoplay em fazer seu conteúdo circular internacionalmente. O que podemos esperar dessa iniciativa? Vamos ver séries brasileiras em outras plataformas de streaming no exterior?

Desalma foi criada prioritariamente com foco no mercado brasileiro mas, sempre que fizer sentido, procuramos que a série seja relevante no mercado internacional. Desalma, por exemplo, é uma série que tem potencial para estar em todas as plataformas no exterior. Mostrar ao mundo o valor da produção brasileira é algo que nos interessa bastante, é algo que vamos buscar sempre que fizer sentido para a Globo.

Cena de Desalma, do Globoplay. Imagem: Globo/Estevam Avellar
Cena de Desalma, do Globoplay. Imagem: Globo/Estevam Avellar

Qual é a maior demanda no Globoplay nos dias atuais? Conteúdo sob demanda dos canais Globo, séries internacionais ou produções originais?

Acreditamos em uma combinação entre qualidade, conveniência e identificação com a nossa própria cultura, com a brasilidade. Os conteúdos nacionais têm grande comunicação com o público, que tem uma relação muito particular com nossos talentos, com as histórias que contamos, a linguagem, as regionalidades, a diversidade que faz parte da nossa cultura.

Além disso, temos um mix equilibrado de ofertas de conteúdo que nenhum competidor, brasileiro ou estrangeiro, consegue equiparar em território nacional: nossa dramaturgia compete de igual para igual com a das melhores empresas de mídia do mundo; nosso jornalismo é referência em qualidade e equilíbrio; nosso portfólio de eventos esportivos é o melhor do Brasil; em variedades e realities temos os formatos mais populares do país; nossos canais de TV por assinatura têm ofertas para todos os segmentos e lideram o ranking da TV paga; e o Globoplay agrega grandes produções dos Estúdios Globo, do mercado independente e algum dos melhores conteúdos internacionais disponíveis no Brasil.

Observamos que há uma boa aceitação para a inclusão de novelas antigas no acervo, prática que se tornou mais frequente no streaming. Podemos esperar uma adição em maior quantidade e frequência?

A novela fala diretamente à memória afetiva das pessoas e segue como gênero consagrado no audiovisual nacional. A decisão do Globoplay de resgatar títulos clássicos tem a ver justamente com a demanda desse tipo de conteúdo. Desde maio, o Globoplay deu início a esse projeto e lança, a cada duas semanas, sempre às segundas-feiras, um clássico da Globo que marcou época. São desde novelas que jamais foram reprisadas até grandes sucessos exibidos no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ e no Viva. ‘A Favorita’, ‘Brega & Chique’, ‘Explode Coração’, ‘Tieta’, ‘Vale Tudo’, ‘Laços de Família’, ‘Fera Radical’, entre outras, estão entre os títulos já disponibilizados.

Com isso, o Globoplay oferece ao público a oportunidade de maratonar suas novelas preferidas, onde e quando quiserem. Todos os primeiros capítulos das novelas do catálogo estão abertos também para não assinantes. De janeiro a outubro deste ano, o consumo (em horas) de novelas do Globoplay mais do que dobrou. O aumento foi de 150% se compararmos com o mesmo período do ano passado. Creditamos grande parte deste crescimento no consumo de novelas ao projeto de resgate de novelas clássicas.

Mais de 100 novelas já estão disponíveis no acervo do Globoplay e a ideia é resgatar tantas obras quanto possível, observadas as questões de qualidade do material arquivado e de liberação dos direitos. O número de títulos crescerá ao longo do tempo, à medida que novas obras vão sendo analisadas e resgatadas. Ainda teremos outras tramas além das anunciadas, mas isso demanda tempo para mapeamento e digitalização.

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Gostaríamos de saber também sobre operação tecnológica do streaming. O que vocês poderiam nos contar?

A maior parte dos nossos investimentos são em conteúdo e tecnologia. Estamos reforçando bastante o nosso time de tecnologia. Não revelamos cifras, mas posso dizer que demos um salto, praticamente dobramos a nossa capacidade de desenvolvimento tanto na nossa plataforma de vídeo quanto nos nossos produtos, os aplicativos, os aplicativos de telefone, aplicativos de TV conectada. Então uma parte importante disso vai para a tecnologia.

Há estratégias para diferenciar o Globoplay de concorrentes como a Netflix, ou seja, atender a necessidades do público que a concorrência não pode, ou a plataforma apenas acompanha um fluxo de demanda dos assinantes?

A concorrência é muito saudável e bem-vinda. As plataformas irão conviver, mas acreditamos que o conhecimento e a proximidade com o público brasileiro farão diferença na hora em que o consumidor tiver que escolher qual assinar. O Globoplay tem se dedicado a entender profundamente essa jornada do consumidor através da análise de dados, o que permite que tome iniciativas inovadoras de maneira a fazer ofertas cada vez mais afinadas com cada perfil, não só atendendo as necessidades do público, mas, muitas vezes, antecipando-as.

Temos muita confiança no valor e na qualidade do nosso conteúdo para o público, que reúne as melhores produções nacionais e grandes títulos internacionais. E, em um mercado como o nosso, em que o conteúdo local é extremamente relevante, o Globoplay tem a vantagem de contar com a força dos Estúdios Globo, que, além de reunir os maiores talentos do audiovisual nacional, tem uma capacidade de produção inigualável. 

Interface do Globoplay
Interface do Globoplay

Podemos esperar ainda mais séries originais para 2021? O que vocês podem nos contar nesse sentido?

Sem dúvida. Como falamos anteriormente, grande parte do nosso investimento é dedicado a elas. Um conteúdo muito aguardado e que estamos muito confiantes para o ano que vem é o original Globoplay “Verdades Secretas 2”.

Como a empresa enxerga a evasão da TV por assinatura e o crescimento do streaming? Vocês incluíram até mesmo a transmissão de canais ao vivo no serviço. É uma mudança de hábito do brasileiro?

Acompanhamos de perto as tendências do mercado e as tendências de hábitos do consumidor. O Globoplay + canais ao vivo tem muito mais o objetivo de buscar assinantes que um dia foram assinantes da TV por assinatura e não são mais e também aqueles que nunca foram, que é particularmente um público muito mais afinado com o target do produto, do que propriamente os atuais assinantes da TV por assinatura, que já tem seus pacotes com as operadoras.

Além disso, é importante reforçar que a TV por assinatura tem uma série de outros canais e ofertas o que a tornam um produto diferente. Estamos falando de produtos e ofertas com benefícios diferentes para os consumidores.

Parceria Globoplay e Disney+
Imagem: Parceria Globoplay e Disney+

E para finalizar, o Globoplay considera parcerias com serviços internacionais de streaming (que ainda não se expandiram internacionalmente) para uma consolidação ainda maior no Brasil?

Sim. Nós sempre ouvimos os consumidores para entender seus desejos e aspirações. Nesse processo, uma mensagem vem se tornando cada vez mais clara: as pessoas querem simplicidade, conveniência, qualidade e preço justo. Para atender a essa demanda, nos associamos aos nossos parceiros da Disney para reunir em uma única assinatura dois serviços de streaming que têm simplesmente o melhor em termos de conteúdo: filmes, séries, novelas, documentários, desenhos, programas infantis e para a família e ainda os melhores canais da TV por assinatura, no caso do combo com o Globoplay + Canais ao vivo. Tudo isso por um preço que as pessoas podem pagar.

Fechamos uma parceria com o Disney+ e são oferecidos combos do Disney+ tanto com o Globoplay básico quanto com o novo Globoplay + Canais Ao Vivo, em planos mensais e anuais. E o que é melhor: com descontos que vão de 10% a 25% em relação aos preços dos produtos adquiridos isoladamente no plano mensal. Atuais assinantes do Globoplay que contrataram o serviço diretamente pela web também podem fazer upgrade para os novos combos.

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