15/03/2024

Clonagem de celular é cada vez mais comum no Brasil

Kaspersky revela que grupo organizado de cibercriminosos no Brasil já conseguiu clonar o chip de 5.000 vítimas.


O SIM swap, conhecido popularmente como “clonagem dos chips do celular”, é uma fraude que está sendo amplamente utilizada por cibercriminosos no País, diz a empresa de segurança Kaspersky.  


No Brasil a tática tem crescido de forma absurda. Um único grupo organizado de cibercriminosos conseguiu clonar o chip de 5.000 vítimas, envolvendo não apenas pessoas comuns, mas também políticos, ministros, governadores, celebridades e empresários famosos.


Em Moçambique um golpe causou prejuízo de US$ 50.000 a um empresário, roubados de suas contas bancárias, já no Brasil foram identificadas diversas fraudes de R$ 10 mil cada. Porém, é difícil estimar o impacto total desse tipo de ataque na América Latina, África e no mundo, pois a maioria dos bancos não divulga as estatísticas publicamente. 

Essa técnica é um recurso legítimo e utilizado quando um smartphone é perdido ou roubado, e permite ao dono da linha ativar o número em outro chip. Os golpistas, porém, estão constantemente enganando as operadoras de celular para fazer a portabilidade do número do dispositivo roubado para um novo chip.
“O golpe começa com a coleta de dados das vítimas por meio de e-mails de phishing, engenharia social, vazamentos de dados ou até pela compra de informações de grupos criminosos organizados. Depois de obter os dados necessários, o cibercriminoso entra em contato com a operadora móvel, passando-se pela vítima, para que ela faça a portabilidade e ative o número do telefone no chip do fraudador. Quando isso acontece, o telefone da vítima perde a conexão (voz e dados) e o fraudador recebe todos os SMSs e chamadas de voz destinados à vítima. Assim, todos os serviços que dependem da autenticação de dois fatores ficam vulneráveis”, explica a Kaspersky.

Em alguns casos, o alvo pretendido é a própria operadora de celular. Isso acontece quando funcionários da operadora não conseguem identificar um documento fraudulento e permitem que o fraudador ative um novo chip. Outro grande problema são os funcionários corruptos, recrutados pelos cibercriminosos, que pagam de 40 a 150 reais por chip ativado. 


VIU ISSO?


No entanto, o pior tipo de ataque ocorre quando um cibercriminoso envia um e-mail de phishing com o objetivo de roubar as credenciais do funcionário para ter acesso direto ao sistema da operadora. Quando isso acontece, o cibercriminoso consegue realizar um ataque em duas ou três horas sem muito esforço.
“O interesse dos cibercriminosos nas fraudes de SIM swap é tão grande que alguns até vendem este serviço para outros criminosos. Os fraudadores atiram em todas as direções; os ataques podem ser direcionados ou não, mas qualquer pessoa pode ser vítima. Tudo o que o criminoso precisa é do número do celular, que pode ser obtido facilmente pesquisando vazamentos de bancos de dados, comprando bancos de dados de empresas de marketing ou usando aplicativos que oferecem serviços de bloqueio de spam e identificação do chamador. Na maioria dos casos, é possível descobrir o número do seu celular com uma simples busca no Google”, explica Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab e corresponsável pela pesquisa. 
Uma variação da técnica acaba colocando o WhatsApp como alvo, 

Conhecido como ‘clonagem do WhatsApp’. Depois da ativação do chip no celular do criminoso, ele carrega o WhatsApp para restaurar os chats e contatos da vítima no aplicativo. Então, ele manda mensagens para os contatos como se fosse a vítima, falando de uma emergência e pedindo dinheiro.  Alguns dos ataques atingiram empresas depois que cibercriminosos conseguiram sequestrar o celular de um executivo e usaram a clonagem do WhatsApp para solicitar recursos do departamento financeiro da empresa. O golpe é semelhante ao comprometimento de e-mails corporativos (BEC), mas usando contas do WhatsApp.
Recomendações de segurança para evitar ser mais uma vítima.
 – Quando possível, os usuários devem evitar usar a autenticação de dois fatores via SMS, optando por outros métodos, como a geração de uma autenticação única (OTP) via aplicativo móvel (como o Google Authenticator) ou o uso de um token físico. Infelizmente, alguns serviços online não apresentam alternativas. Nesse caso, o usuário precisa estar ciente dos riscos.
– Quando é solicitada a troca do chip, as operadoras devem implementar uma mensagem automatizada que é enviada para o número do celular, alertando o proprietário de que houve uma solicitação de troca do chip e, caso ela não seja autorizada, o assinante deve entrar em contato com uma linha direta para fraudes. Isso não impedirá os sequestros, mas avisará o assinante para que ele possa responder o mais rápido possível em caso de atividades maliciosas. Caso a operadora não ofereça esse tipo de serviço, o usuário deve entrar em contato solicitando um posicionamento a respeito. 

– Para evitar o sequestro do WhatsApp, os usuários devem ativar a dupla autenticação (2FA) usando um PIN de seis dígitos no dispositivo, pois isso adiciona uma camada extra de segurança que não é tão fácil de burlar.
– Solicite que seu número seja retirado das listas de IDs de aplicativos que identificam chamadas; eles podem ser usados por golpistas para encontrar seu número a partir do seu nome.

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