25/03/2024

Operadoras precisam gerar receita com serviços alternativos

Em um contexto no qual se discute geração de receita nas operadoras, a Openet, companhia de billing e soluções de middlware para telecomunicações, prevê crescimento no Brasil. Em dezembro, a empresa de origem irlandesa anunciou seu novo escritório em São Paulo e enxerga oportunidades no mercado brasileiro com a iminente necessidade de investimentos em infraestrutura que leva as teles a procurarem um modelo de negócio alternativo que permita ter segurança no Capex.
Uma parceria com empresas de táxi, por exemplo, para oferecer serviços de geolocalização de carros da frota mais próximos do usuário. Ou mesmo instalar conexões 3G ou 4G em veículos para fazer o tethering (converter conexão móvel de telefonia em Wi-Fi) para os passageiros.

A Openet, que atua no mercado brasileiro com a Nextel e a CTBC, entende que alternativas assim podem ajudar a compensar os gastos necessários para infraestrutura por parte das operadoras. “Em alguns lugares, o crescimento do tráfego de dados tem sido de 5% por mês, mas a receita não cresce isso tudo, então é preciso criar valor”, explica o CEO da companhia, Niall Norton.

O executivo irlandês acredita que o Brasil é uma grande oportunidade para oferecer planos “premium”, privilegiando acessos para quem opta por contratar esse tipo de serviço.

Para ele, permitir o consumo livre de banda não é um modelo correto, pois a maioria acaba sendo prejudicada pela sobrecarga da rede proporcionada por uma minoria. “A utilização justa é colocar um limite de consumo de banda e, passando disso, é preciso pagar mais em vez de apenas desconectar”, explica. Neste momento, a interface que a Openet sugere é de uma espécie de portal que mostra o quanto o consumidor está gastando e pergunta se não quer adquirir mais banda.

“Quando a operadora chegar a esse nível, tudo mundo ganha, pois não desligam muitos usuários e permite interagir diretamente com o provedor. Falar ao telefone com atendente pode ser muito frustrante.”

Norton se diz otimista em estabelecer parcerias com operadoras no Brasil para oferecer soluções simples como aplicativos de monitoramento que permitem colher estatísticas de uso em tempo real, dando ao usuário a opção de contratar diferentes planos ou de alterar funções ou pacotes contratados.
“Em várias formas, queremos fazer como a Apple: fazer coisas que os outros fazem, mas de uma forma melhor”, diz. Ele atenta para necessidade de sistemas de billing que sejam flexíveis para dar conta do lançamento constante de novos serviços.

A chegada dos eventos esportivos internacionais (Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016) também é um incentivo para o foco da Openet no País. “As operadoras estão gastando grandes quantias na instalação do LTE e Wi-Fi, é por isso também que estamos bem ativos na região”, afirma Norton.

Ele enxerga também que o “Wi-Fi está se tornando um elemento de offload, além da fibra para o uso doméstico. Isso é importante para gerenciar serviços de maneira convergente”. A ideia é oferecer o middlware de forma independente da plataforma.

Mas há também a convergência das próprias tecnologias. O executivo irlandês entende que o consumidor não quer saber se está utilizando LTE na frequência de 1,8 GHz ou 2,5 GHz, ele quer apenas o serviço funcionando. “Para o usuário final, isso fica transparente, o que é bom. O 3G é um bem ainda utilizado; e em lugares densos teremos o 4G, que é melhor.”

Niall Norton diz que o desafio maior não é na população, mas nas próprias operadoras, que precisam entregar serviços de valor agregado e mais inteligentes ao cliente. “Se as teles forem espertas, poderão abrir mais fluxos de receita. Se não ficar melhor em conseguir isso, será ultrapassado por outra empresa que seja melhor.

Não existe a possibilidade de ficar parado”, conta. Esse avanço, acredita, pode ser feito no País. “Achamos que temos serviços que poderão empurrar ainda mais a evolução dos modelos de negócios”.
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