16/12/2025

Com IPO bilionário ‘na agulha’, SpaceX quer levar data centers para o espaço

Empresa de Elon Musk quer levantar fundos para investimentos em IA.

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Imagem: Miguel J. Rodriguez Carrillo da AFP via Getty Images/Reprodução

A SpaceX, empresa de Elon Musk especializada em lançamentos espaciais e conectividade via satélite, está prestes a abrir capital. 

A movimentação, ainda sem data confirmada, poderá marcar um dos maiores IPOs da história, com uma expectativa de captação que ultrapassa US$ 30 bilhões. O valor supera, inclusive, o recorde anterior da Saudi Aramco, de 2019.

O anúncio foi comunicado internamente a funcionários e executivos da empresa, segundo veículos internacionais. 

A capitalização deve contribuir para um novo e ousado projeto: a construção de data centers orbitais alimentados por energia solar, voltados ao processamento de dados de inteligência artificial.

Um IPO com olhos no espaço, literalmente

As tratativas com bancos de investimento avançaram nas últimas semanas, e especula-se que a estreia na bolsa possa ocorrer até 2026.

Ainda assim, executivos da SpaceX reforçam que o cronograma não está fechado e pode ser adiado, dependendo das condições do mercado.

Avaliada atualmente em cerca de US$ 800 bilhões, a empresa pode alcançar um valuation de US$ 1,5 trilhão após a abertura de capital. 

A valorização coloca a SpaceX na liderança entre companhias privadas em escala global, à frente de nomes como OpenAI.

Segundo o CFO Bret Johnsen, a iniciativa visa levantar recursos substanciais para manter o crescimento acelerado da empresa. 

Os futuros data centers espaciais teriam como diferencial a operação contínua, graças à exposição solar constante e à ausência de limitações típicas da infraestrutura terrestre, como o resfriamento de máquinas e a oferta de energia estável.

Conectividade global segue como motor de receita

Fundada em 2002, a SpaceX vem ganhando protagonismo não apenas com seus lançamentos orbitais, mas também com o serviço de internet via satélite da Starlink, que responde por grande parte da receita da empresa.

A constelação de satélites Starlink ultrapassou a marca de 11 mil unidades lançadas, com mais de 9 mil ainda ativas. A base de usuários já supera os 8 milhões em todo o mundo, incluindo cerca de 600 mil clientes no Brasil.

A expansão da empresa tem sido decisiva para a estratégia comercial da SpaceX, sobretudo em regiões remotas e com infraestrutura limitada de telecomunicações. No Brasil, o serviço se consolidou como alternativa para áreas rurais e comunidades isoladas.

Receita robusta e investidores de peso

A empresa projeta encerrar este ano com um faturamento na casa de US$ 15,5 bilhões, podendo chegar a US$ 24 bilhões até 2026. 

O avanço financeiro tem atraído investidores renomados, como Sequoia Capital, Andreessen Horowitz, Valor Capital e até a Alphabet, controladora do Google.

A entrada na bolsa também representa uma oportunidade para que funcionários e investidores antigos da empresa realizem lucros, prática que já ocorre em rodadas secundárias organizadas pela própria SpaceX.

Um passo além da órbita

Ao propor a criação de infraestrutura digital fora da Terra, a SpaceX busca ir além do mercado aeroespacial ou de conectividade. 

Trata-se de um plano que visa integrar satélites, computação de alto desempenho e inteligência artificial em um ecossistema autônomo e resiliente, capaz de operar sem as limitações do solo terrestre.

A ideia, embora ambiciosa, encontra respaldo nos avanços tecnológicos recentes da companhia e na própria demanda global por poder computacional, especialmente no setor de IA.

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