05/12/2025

TIM amplia lucro em 25% no 2º trimestre com foco no pós-pago e gestão de custos

Receita móvel pós-paga e eficiência operacional impulsionam alta no lucro da TIM, mas segmento fixo e pré-pago seguem em queda.

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A TIM Brasil divulgou os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2025 (2T25), evidenciando uma operação sólida, com crescimento no lucro líquido, elevação de margem e avanços importantes no segmento pós-pago. No entanto, o desempenho foi marcado também por desafios, principalmente nas receitas com serviços fixos e pré-pagos, além da pressão sobre custos em algumas áreas operacionais.

Receita: pós-pago sustenta crescimento

A receita líquida total da TIM foi de R$ 6,6 bilhões no 2T25, uma alta de 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado pela receita de serviços, que avançou 5,1% A/A, chegando a R$ 6,417 bilhões. O grande destaque continua sendo o pós-pago, que cresceu 10,7% A/A no trimestre e 12,2% no acumulado do semestre (6M25), refletindo uma estratégia focada na migração de clientes para planos de maior valor, com reajustes e baixo churn (0,8% no pós-pago ex-M2M).

Já o segmento pré-pago apresentou retração de 10,6% na receita do trimestre, impactado por menor frequência de recargas e migração de usuários para o pós-pago. O ARPU (receita média por usuário) do pré-pago caiu 4,0%, para R$ 14,3, enquanto o pós-pago ex-M2M avançou 3,6%, atingindo R$ 55,3.

EBITDA e margem seguem em trajetória positiva

O EBITDA normalizado atingiu R$ 3,351 bilhões, com crescimento de 6,3% em relação ao 2T24. A margem EBITDA subiu para 50,8%, representando o melhor resultado já registrado para um segundo trimestre pela operadora. No semestre, o EBITDA acumulado cresceu 6,5% A/A e a margem ficou em 49,5%.

Segundo a operadora, a expansão do EBITDA se deve não apenas à elevação da receita de serviços móveis, mas também a um controle mais eficiente dos custos, mesmo diante de pressões no grupo de rede e interconexão.

Lucro líquido avança 25%

O lucro líquido normalizado do 2T25 foi de R$ 976 milhões, uma alta de 25,0% sobre o ano anterior. No acumulado do semestre, o avanço é ainda maior: 37,3% A/A, com lucro total de R$ 1,786 bilhão. A TIM atribui esse desempenho a uma operação mais eficiente, expansão da base pós-paga e ganhos financeiros pontuais, como a valorização do Fundo 5G e o impacto de juros sobre capital próprio (JCP), que somaram R$ 990 milhões até julho.

Capex cai, mas rede 5G avança

O investimento (Capex) da TIM no 2T25 foi de R$ 882 milhões, representando uma queda de 4,6% A/A. No semestre, o Capex totalizou R$ 2,221 bilhões, retração de 2,6%. Apesar da redução, a companhia reforçou que os investimentos foram direcionados de forma estratégica, com foco na expansão da cobertura 5G, especialmente em São Paulo e Minas Gerais.

O indicador Capex sobre Receita Líquida recuou de 14,7% para 13,4% no trimestre e ficou em 17,1% nos 6M25, queda de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior.

Fluxo de caixa operacional salta 177%

O fluxo de caixa operacional livre (FCOL) atingiu R$ 1,128 bilhão no 2T25, crescimento de 19% frente ao mesmo trimestre de 2024. No semestre, o avanço é expressivo: 177,2%, alcançando R$ 1,422 bilhão. O resultado reflete o crescimento do EBITDA e uma menor variação negativa no capital de giro.

Segmento fixo e TIM Ultrafibra seguem em queda

Nem todos os indicadores seguiram em trajetória ascendente. A receita com serviços fixos recuou 2,8% no trimestre, totalizando R$ 328 milhões. Dentro dessa categoria, a TIM Ultrafibra caiu 3,6% em receita e teve queda de 4,1% no semestre. O ARPU do serviço fixo ficou em R$ 95,6, uma baixa de 3% A/A.

Apesar do mercado competitivo e fragmentado, a TIM conseguiu adição líquida de 9,2 mil clientes na Ultrafibra, resultado da diminuição nas desconexões.

Custos sob controle, mas rede e interconexão pressionam

Os custos normalizados cresceram 3,1% no trimestre, abaixo da inflação acumulada em 12 meses (5,35%), segundo o IBGE. A linha de comercialização caiu 5% com avanço nas vendas digitais e uso do Pix, mas a de rede e interconexão subiu 15,6%, devido a maior gasto com conteúdo e roaming internacional.

As provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentaram 11%, puxadas pela base pós-paga maior. Já os custos com mercadorias vendidas (CMV) recuaram 4,5%, acompanhando a menor receita com venda de produtos.

Dívida cresce, mas alavancagem é baixa

A dívida total da TIM atingiu R$ 16,971 bilhões, sendo R$ 13,075 bilhões relacionados a contratos de leasing. A dívida líquida ajustada por leases ficou em R$ 11,283 bilhões. Ainda assim, a relação dívida líquida/EBITDA normalizado permanece saudável, em 0,87x.

A posição de caixa e investimentos alcançou R$ 5,474 bilhões, alta de 65,3% A/A, reforçando a liquidez da companhia.

ESG, parcerias e novos negócios

No campo socioambiental, a TIM segue investindo em energia renovável, educação e inclusão. O projeto de Geração Distribuída já abastece 17 mil sites com energia limpa. A operadora também mantém 100% do consumo energético proveniente de fontes renováveis.

A TIM reforçou ainda suas ações de diversidade com certificações como o selo “Age Friendly”, programas para inclusão de pessoas com deficiência e novos cursos online de IA em parceria com o Google e Descomplica.

No B2B, a receita contratada foi de R$ 406 milhões no trimestre, com foco em logística, utilities e agronegócio. A parceria com a Eletrobras promete até 30% de desconto em contas de energia para clientes corporativos de alta tensão.

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