10/04/2024

Compartilhamento de torres na América Latina é baixo; entenda

Pouco compartilhamento de torres na porção sul do continente é um problema para a expansão da rede móvel 5G.

O compartilhamento de infraestrutura passiva para redes móveis, conforme destacado em um estudo da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), é fundamental para expandir a cobertura 4G e facilitar as implantações de 5G na América Latina, incluindo o Brasil.

Atualmente, o compartilhamento de sites na região é baixo, mas sua adoção em larga escala pode tornar os investimentos das operadoras mais eficientes, reduzindo tanto as despesas de capital quanto as operacionais.

O uso compartilhado de infraestrutura de telecomunicações na América Latina não apenas acelera a expansão da conectividade, mas também reduz as tarifas para os assinantes.

De acordo com um estudo chamado “A gestão da infraestrutura de telecomunicações como um pilar fundamental para o futuro da América Latina”, até 2022, as empresas independentes detinham 52% do mercado de torres de celular na região, enquanto as operadoras possuíam 21% e as empresas de torres vinculadas a operadoras detinham 27%.

Porém, o número médio de operadoras por site varia de 1,1 a 1,5 em diferentes países da América Latina, com o Brasil empatado com a Costa Rica em 1,3 e ligeiramente à frente de Chile e Paraguai, que têm uma média de 1,2.

O estudo realizado pela SMC+ a pedido da American Tower destaca que há potencial significativo para crescimento no compartilhamento de infraestrutura passiva na região. Por exemplo, em alguns mercados, as empresas de infraestrutura passiva têm em média mais de dois operadores por site.

A região ultrapassou 200 mil sites para redes móveis em 2022, com previsão de atingir 454 mil em 2030 e 560 mil em 2032. No entanto, há obstáculos administrativos, como falta de coordenação entre entidades federativas e taxas para instalação de sites.

Também há a necessidade de cooperação entre setores público e privado para instalar equipamentos em locais como postes e edifícios. Além disso, a região enfrenta desafios devido à disparidade entre negociações em dólar e receitas em moedas locais.

Para superar esses desafios, sugere-se que os países latino-americanos fortaleçam a coordenação entre órgãos federais e municipais, simplifiquem os processos de aprovação de novos sites e adotem sistemas mais eficientes para implementação de infraestruturas menores.

O Brasil e o Peru lideram o ranking de gestão de infraestrutura de telecomunicações, com uma pontuação de 1,9. Ambos os países se destacam por suas regulamentações que promovem a coordenação nacional e subnacional no licenciamento de sites, reduzindo as barreiras administrativas.

No Brasil, 73% das torres de redes móveis são gerenciadas por empresas independentes, o que pode impulsionar o compartilhamento de infraestrutura. Em comparação, o Chile fica em segundo lugar na região, com 53% das torres sob controle de empresas neutras.

Prevê-se um aumento significativo no número de infraestruturas de telecomunicações no Brasil, passando de 68 mil em 2022 para 79 mil em 2027 e atingindo 88 mil em 2032, juntamente com a instalação de 170 mil sites 5G de pequeno porte até então.

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