05/04/2024

Mercado ilegal de smartphones cresce no Brasil e preocupa especialistas

Mercado ilegal de smartphones, ou seja compra e venda de celulares por meio de contrabando tem crescido no Brasil.

O mercado ilegal de smartphones está crescendo rapidamente no Brasil, já representando 25% do mercado total e potencialmente alcançando 30% este ano, conforme dados da Abinee, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica e IDC. O contrabando de smartphones para o Brasil mais que dobrou de 2022 para 2023, chegando a 6,2 milhões de unidades.

A Abinee alertou sobre o risco de inviabilização do mercado oficial e responsabilizou os marketplaces online, apontando-os como principais canais de distribuição de produtos contrabandeados.

O problema que afeta não apenas o Brasil, mas também México, Colômbia e Argentina. Mas focando apenas aqui, segundo cálculos da Abinee, o contrabando de smartphones resulta em uma perda de arrecadação de R$ 4 bilhões por ano para o governo federal no Brasil.

Estima-se que apenas o estado de São Paulo deixe de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão em ICMS anualmente devido a essa prática.

O centro da questão está nos modelos de smartphones de gama intermediária, com preços variando entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Os produtos legalmente comercializados podem custar até 40% a mais em comparação com os contrabandeados. De acordo com a Abinee, Xiaomi, Oppo e realme são as marcas mais contrabandeadas para o mercado brasileiro.

O contrabando de smartphones ameaça as empresas brasileiras de fabricação, como Samsung, Motorola e TCL, tornando seus produtos mais caros em comparação com os contrabandeados.

Isso não apenas afeta diretamente essas empresas, mas também todo o ecossistema ao redor delas, incluindo fornecedores de componentes como memórias e carregadores.

O contrabando já representa uma fatia significativa do mercado brasileiro, levando os fabricantes locais a reconsiderar seus investimentos no país devido à perda de competitividade. O presidente da Abinee, Humberto Barbato, alerta que medidas mais rigorosas são necessárias para proteger os investimentos no Brasil.

“O contrabando ocupa o segundo lugar em termos de market share no Brasil. Isso efetivamente faz com que quem esteja instalado no País comece a avaliar se é viável manter suas instalações aqui, pois a perda de mercado é substancial. Se as autoridades não tomarem medidas mais drásticas, os investimentos feitos no Brasil serão colocados em risco”.

Paraguai está em pauta

A maioria dos smartphones contrabandeados entra no Brasil pelo Paraguai via terrestre. No ano passado, o Paraguai importou 16,7 milhões de smartphones, muito mais do que sua população de 6,7 milhões.

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão constantemente investigando e apreendendo, mas é uma tarefa difícil devido à dispersão dos contrabandistas.

O presidente da Abinee compara as apreensões policiais, como 2 mil smartphones, com os 6 milhões vendidos no ano passado, destacando a magnitude do desafio.

Participação do Marketplace nessa história

Os smartphones contrabandeados são amplamente comercializados para os consumidores finais por meio de marketplaces digitais, conforme indicado por Barbato. Esta prática é comum em diversos principais marketplaces.

A entidade enfatiza a necessidade de uma responsabilidade compartilhada por parte dos marketplaces, comparando a situação à responsabilidade de um dono de shopping em relação a atividades ilegais dentro de suas instalações. A

Abinee defende a criação de uma nova legislação para regular a atuação dos marketplaces e garantir essa responsabilidade compartilhada.

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