23/04/2024

Desktop avalia vender sua rede de fibra óptica; BTG cita possíveis compradores

Com uma possível venda da estrutura, a empresa passaria por uma cisão, ficando apenas na oferta de internet para os consumidores finais.

Nesta sexta-feira (25), a Desktop, provedora de internet banda larga, anunciou que está avaliando junto ao mercado oportunidades estratégicas de segregação total ou parcial de seus ativos de rede de fibra óptica, mas até então não tem nenhuma decisão tomada.

O assunto surgiu em comunicado emitido após ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questionou a empresa sobre notícias veiculadas na mídia nesta semana, onde noticiava que a operadora paulista teria contratado o Bank of America (BofA) para encontrar possíveis compradores ou sócios para sua rede de fibra.

Em resposta ao questionamento da CVM, a Desktop afirma que permanece constantemente analisando e avaliando, em conjunto com seus assessores, oportunidades de maximizar o retorno aos seus acionistas. “A companhia desconhece haver qualquer fato ocorrido ou ato realizado pela companhia ou terceiro em relação ao assunto abordado pela notícia que esteja sujeito à divulgação mandatória”, pontuam.

“Em consonância com seu dever fiduciário e no curso normal de seus negócios, [a companhia] permanece constantemente analisando e avaliando, em conjunto com seus assessores, oportunidades de maximizar o retorno aos seus acionistas, incluindo, dentre várias outras oportunidades, a possibilidade de segregação total ou parcial de seus ativos de rede de fibra ótica”, colocou a Desktop, no documento assinado pelo diretor financeiro, de M&A e relações com investidores, Bruno Leão.

Com uma possível venda da sua rede de fibra óptica, a empresa passaria por uma cisão, ficando apenas na oferta de internet para os consumidores finais – mesmo modelo que foi adotado pela Oi, Vivo e TIM, por exemplo.

De acordo com dados da Desktop, até junho, a empresa somava 4,2 milhões de casas passadas (HPs) com fibra óptica, além de reportar 54 mil km de redes, sendo 10 mil km em backbone e 44 mil km em redes de acesso FFTH. Se a provedora vier a alienar os ativos, O BTG Pactual avalia que somente a infraestrutura pode custar R$ 2,5 bilhões.

A Desktop é a maior ISP no estado de São Paulo e possui uma rede que se estende por todo o estado (embora não tenha rede na área metropolitana da cidade de São Paulo). Portanto, ela é um alvo óbvio de aquisição para operadoras de rede neutra, além das principais empresas de telecomunicações que também podem estar interessadas em adquirir seus clientes“, avaliou relatório do BTG, divulgado nesta sexta-feira.

Nesse cenário, o banco citou algumas empresas que poderiam se interessar pela estrutura de rede da Desktop, baseado na presença no mercado paulista, como V.tal, I-Systems, controlada pela IHS, e FiBrasil, uma vez que elas não possuem presença na região.

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