24/04/2024

Reclamações não impedem recorde de receita histórico em 2012

Na postagem anterior informamos sobre o número de reclamações no Procon de uma determinada operadora. Realmente o número de reclamações das empresas de telefonia é altíssimo. Pois bem, parece que o resultado não impede que os papéis das empresas em bolsa tenham valor de mercado reduzido. Alcançou a R$ 214,7 bilhões, em 2012, a receita operacional bruta (que indica o total da produção do segmento) do setor de telecomunicações, um dos líderes nos rankings de reclamações dos usuários. O resultado, além de representar 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB), bateu recorde no ano, alcançando o maior valor de sua história.

Segundo estudo da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), entidade que representa o setor, as empresas (indústria e operadoras de telecomunicações), o serviço de TV por assinatura foi o que mais cresceu, 23,1%, somando receitas de R$ 20,3 bilhões, seguido pelo de banda larga fixa, com crescimento de 11,7% ao faturar R$ 25,1 bilhões.

Dois serviços apresentaram queda: o de telefonia fixa, cuja receita caiu 6,7%, para R$ 48,6 bilhões; e o de trunking, que caiu 2,2%, para R$ 8,2 bilhões. A telefonia móvel continua a ser o serviço de maior faturamento, com R$ 89,7 bilhões, crescimento de 9,1% em relação a 2011. A indústria também cresceu 14% e faturou R$ 22,8 bilhões.

Os investimentos, como já haviam sidos divulgados pela entidade, também foram os mais altos desde a privatização, somando R$ 25,3 bilhões, o que representou 3,2% da formação bruta do capital fixo e 0,57% do PIB do período.

Apesar de tão grandes números, as operadoras que têm ações na bolsa de valores continuam a sofrer perdas significativas. Conforme o levantamento, as empresas de telecomunicações fecharam com 2012 com valor de mercado de R$ 147,6 bilhões, contra R$ 161,5 bilhões de 2011 (queda de 8,6%).

A Telefônica (que inclui a Vivo) e a TIM foram as que apresentaram quedas em seu valor de mercado. Os papeis da espanhola fecharam 2011 com o valor de R$ 56,85 bilhões e fecharam o ano passado valendo R$ 53,11 bilhões. Já o valor da TIM caiu de R$ 22,33 bilhões para R$ 19,824 bilhões comparado um ano e outro.

A Oi (Telemar/Brasil Telecom), embora tenha apresentado desempenho melhor de seus papeis no ano passado (fechou 2012 valendo R$ 15,45 bilhões) saiu de um patamar muito baixo em 2011, quando valia apenas R$ 9,1 bilhões. Embratel e NET também apresentam expressivo crescimento. A carrier fechou o ano com R$ 13,31 bilhões de valor de mercado (contra R$ 9,84 bilhões de 2011) e a NET, R$ 9,44 bilhões, contra R$ 5,820 bilhões.

Foram vendidos no país 64,9 milhões de aparelhos celulares no ano passado, e produzidos 49 milhões. Queda significativa. Em 2011 foram comercializados no mercado interno 73,7 milhões e fabricados 62 milhões.
Com base em dados do Banco Central, comparando os preços dos serviços de telefonia e a inflação do período medida pelo IPCA, a pesquisa da Telebrasil mostra que os preços das tarifas de telefonia no país subiram até 30% menos que a inflação no acumulado dos últimos 13 anos.

De acordo com o estudo, a inflação acumulada no período de janeiro de 2000 a fevereiro de 2013, registrada pelo IPCA total, foi de 83,7%, enquanto o índice da telefonia fixa ficou em 74,8% e da telefonia celular em 59,1%.

Apesar de empresas do setor de telecomunicações liderarem rankings de reclamações, a Telebrasil vê os números como um indicador de que “os ganhos de produtividade gerados pelas prestadoras de serviços de telecomunicações estão sendo efetivamente transferidos para os usuários”. Em 13 anos, os acessos à telefonia celular cresceram 17 vezes, alcançando 264 milhões em março de 2013 e os da telefonia fixa passaram de 25 milhões para 44 milhões de linhas, diz a Telebrasil.

A entidade aponta ainda que o relatório trimestral sobre inflação do Banco Central, do mês de março, projeta queda de 2% neste ano para a telefonia fixa e 5% de alta para a inflação. O último reajuste das tarifas da telefonia fixa, anunciado em janeiro, foi de 0,55%. Na telefonia celular, o preço médio do minuto caiu 18% em 2012, de R$ 0,21 para R$ 0,17.
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