26/04/2024

Vivo quer duplicar base de assinantes FTTH em 2013

A Vivo pretende duplicar o número de assinantes conectados com fibra até o final do ano, ultrapassando os 200 mil clientes. Mas isso é em curto prazo, pois a gama de serviços possibilitados pela infraestrutura de cabos óticos vai permitir muito mais ofertas, na visão da companhia. Uma delas, o IPTV, é ainda um grande desafio que a empresa afirma estar começando a superar, segundo revelou o diretor de FTTH da operadora, André Kriger.

A operadora conta atualmente com 112 mil assinantes com fibra (banda larga apenas), sendo um total de 1 milhão de homes-passed, considerando clientes residenciais e corporativos. “Ano passado, ampliamos muito pouco a área, mas neste ano estamos praticamente dobrando a cobertura”, diz ele, ressaltando a intenção de chegar a mais bairros em São Paulo e outras cidades no País.

As ofertas comerciais vão até os 200 Mbps, podendo aumentar ainda mais. “Eu tenho 500 Mbps na minha casa e podemos chegar a 1 Gbps sem esforço”, afirma Kriger, comparando com a solução fiber-to-the-curb (FTTC) da Live TIM. Segundo o executivo, a fibra ainda é capaz de evoluir utilizando a tecnologia 10 GPON, podendo chegar a 4 Gbps para o usuário final. “Mesmo o LTE (4G) não vai suportar múltiplos streamings simultâneos. Tem que ter fibra dentro de casa”, explica.

Esta é a justificativa da Vivo para investir em FTTH: a capacidade de tráfego pode ser aumentada apenas com alguns ajustes na camada de software, pois a infraestrutura ótica já está montada. “A questão é que todo mundo está usando fibra, a gente é que só optou por levá-la até o final”.

A medida ajuda no backhaul para o 4G, renova a infraestrutura e reposiciona a empresa no mercado, mas há outros fatores. “A gente acha que a fibra dentro de casa tem duas vantagens: questão de banda, que posso crescer para 1 Gbps sem custo adicional, apenas com eletrônica no meio físico já instalado; e porque posso ter um serviço de TV muito avançado”, diz, referindo-se à oferta de IPTV da companhia.

Mas o IPTV não decolou ainda e isso incomoda. No último balanço financeiro da Telefônica|Vivo, referente ao último trimestre de 2012, a área de TV por assinatura mostrou queda de 14,2% em relação ao ano anterior. André Kriger não chega a dizer que a empresa está insatisfeita, mas reconhece que “precisa crescer muito mais”. Não somente pelo mercado de TV em si, mas por todos os serviços agregados à fibra. “O cliente que vem da Net não quer ter só banda larga nossa, que é ótima. Ele quer a TV funcionando, ele quer tirar todo o triple play. Se ele sai da Net só com um (serviço), é ruim para ele”, compara.

A Vivo ainda enfrenta dificuldades na implementação da fibra. A operadora alega que não há mão-de-obra especializada no mercado, e que chegou a treinar técnicos para lidar com a nova tecnologia. “Estamos tendo que treinar os próprios técnicos, ficando 30 dias na escolinha com aulas práticas e teóricas, aprendendo a abrir uma caixa de fibra e fazer uma fusão ou conexão”, detalha.

Com a nova plataforma do IPTV, a dificuldade não é diferente. “Como é um produto muito complexo, ainda tinha uma série de ajustes finos no sistema que estávamos trabalhando. Então, não conseguimos dar uma experiência que gostaríamos aos primeiros clientes”, disse Kriger a este noticiário. Ele diz que a base já está crescendo bastante, embora não revele números. “O desafio do crescimento do IPTV é o mesmo que tivemos na banda larga dois anos atrás. Até os técnicos entenderem exatamente como fazer, até todas as áreas de operações estarem prontas, ainda tarda um pouco esse crescimento”, conclui.
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