24/04/2024

Companhias reclamam do excesso de regulação

A crise econômica que ataca a Europa passa ao largo do Mobile World Congress (MWC), maior evento da indústria de celular, que começou hoje em Barcelona. Lá, as novas promessas das telecomunicações móveis voltam a enfrentar barreiras já conhecidas: excesso de regulação, e altas taxas sobre serviços e frequências. Alertas contra a mão pesada dos Estados reguladores foram feitos por presidentes de operadoras europeias e norte-americanas na abertura do congresso. “Não há sustentabilidade quando somos espremidos pelos reguladores de telecom a pagar uma grande quantidade de taxas, enquanto outros players que agem na mesma rede não pagam nada ou pagam muito menos”, reclamou o CEO da Telefónica (controladora da Vivo no Brasil), César Alierta.

Franco Bernabè, presidente da Telecom Italia (controladora da TIM no Brasil), também fez a sua intervenção na mesma direção: “A indústria móvel está sofrendo com a regulação e a alta taxação”. Mesmo em países onde a agência reguladora intervém menos, como nos Estados Unidos, o presidente da AT&T também alertou para a necessidade de novos investimentos, o que demandará muito mais capital. “Estamos ingressando na “era cloud”, e espectro é fundamental. Mais frequências precisam ser liberadas com urgência, a preços o mais baixo possível e com políticas de taxação corretas”, completou Randal Stephenson.

O presidente da China Mobile, Xi Guohua (maior operadora em número de clientes do mundo, com 710 milhões de usuários) assinalou que, quanto maior a taxa de penetração, maior a pressão sobre as operadoras, que precisam estar mais concentradas nos serviços Over The TOp (OTT).
Conforme assinalou Alierta, é difícil para a indústria de telecom inovar, quando outros players não estão limitados por isto. “Novos monopólios estão impactando a experiência do cliente. Alguma coisa não está funcionando direito na cadeia de valor da indústria”, concluiu o executivo espanhol.
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