26/04/2024

Vivo e Oi lideram ranking de poder econômico

A maior parte do poder econômico privado nacional está sob controle do grupo espa­nhol Telefônica/Vivo; do fundo de pensão Previ (dos funcioná­rios do Banco do Brasil); do grupo Telemar/Oi; do grupo Bradesco e dos negócios da famí­lia Gerdau. É o que mostra o estudo “Proprietários do Bra­sil”, que inclui um ranking dos maiores poderes econômicos baseado não apenas na recei­ta, mas que leva em conta tam­bém as participações de cada grupo em outras empresas.

Foram considerados apenas grupos privados. Não fosse isso, a União seria considerada pelo estudo o maior poder econômi­co nacional.

A pesquisa foi elaborada pelas ONGs instituto Mais Democracia e Cooperativa EITA-Educação, Informação e Tecnologia pa­ra a Autogestão.

Ainda figuram entre os dez mais poderosos a Wilkes Partici­pações (por meio da qual a famí­lia Diniz e o grupo francês Casi­no dividem o controle do Grupo Pão de Açúcar), a Blessed Hol­dings (dona dos frigoríficos JBS e Bertin, além da Vigor), o banco Santander, os negócios da famí­lia Jereissati e do grupo Ultra, dos postos Ipiranga.

As 12 primeiras companhias da lista detêm 51% do poder acu­mulado total.

“Esperávamos uma concentra­ção, mas não tão grande”, disse João Roberto Lopes, cientista po­lítico e coordenador do Institu­to Mais Democracia, que lançará o estudo na próxima quinta-fei­ra, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no Rio.

Sergio Lazzarini, professor do Insper, ressalta a participação do poder econômico nas mãos do governo. “O governo é o maior proprie­tário do Brasil”, afirmou Lazzari­ni, que estudou o tema no livro “Capitalismo de laços”.

Segundo Lopes, um dos objeti­vos do estudo é mostrar a rela­ção dos grandes grupos privados com o Estado.

O “poder acumulado” da União foi calculado em cerca de R$ 460 bilhões em 2011, conside­rando o controle das estatais e as participações do Banco Nacio­nal de Desenvolvimento Econô­mico e Social (BNDES).

A Vivo, primeira no ran­king, tem poder acumulado de R$ 187,465 bilhões. A Previ, em segundo, ficou com R$ 145,806 bilhões. Enquan­to o grupo Oi, com R$ 112,106  bilhões, ficou em terceiro.
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