22/04/2024

Orelhões são cada vez mais raros nas ruas do Amazonas

Quem tenta fazer ligações em orelhões geralmente se depara com aparelhos danificados, impossíveis de serem usados.

Só no ano passado, no Amazonas, quase 4 mil telefones públicos, conhecidos popularmente como orelhões, foram danificados por atos de vandalismo em um universo de 13 mil aparelhos.

O número corresponde a 23,8% do total de orelhões do Estado. Apesar de não informar o prejuízo gerado com o vandalismo e nem o valor do reparo e substituição dos aparelhos, a empresa Oi/Telemar revela que só em 2011 foram trocadas, em média, 270 campânulas dos orelhões (estrutura de proteção em fibra de vidro) por mês.

Sem nenhum tipo de fiscalização, os aparelhos são alvo fácil para o vandalismo. A depredação vai desde pichações, colagens de propaganda e adesivos, a furtos e até a quebra do aparelho. Com tantos danos, os orelhões ficam inutilizados para fazer ou receber chamadas, sendo que em muitos casos são usados para emergênciais.

PICHAÇÕES
Não é preciso ir longe para encontrar um aparelho quebrado, sem gancho, pichado, sem linha ou sem a campânula. De 23 telefones públicos testados pela reportagem de A CRÍTICA, nove estavam sem linha, quebrados ou sem o gancho.

Os aparelhos estão instalados no trajeto da avenida André Araújo, bairro Aleixo, até o Centro da cidade. Um dos casos que mais chamou atenção foi um aparelho que após ser arrancado da base com a campânula e fios foi deixado na calçada exposto a chuva. A campânula estava cheia de água e parte do aparelho estava submersa. O aparelho estava ao lado de um ponto de ônibus na avenida André Araújo.

Já no Centro da cidade, os ganchos de três aparelhos foram arrancados e furtados. Um deles está instalado na avenida Eduardo Ribeiro próximo ao Teatro Amazonas. O local é bastante frequentado por turistas que se deparam apenas com fios pendurados e o que restou dos aparelhos.

Apesar de saber da situação de vandalismo, a Oi/Telemar diz que age recebendo solicitações de reparo por meio do canal de atendimento, 103 31, e que as informações contribuem para o conserto dos danos provocados pelo vandalismo.

Ao mesmo tempo em que os aparelhos são danificados em atos de vandalismo, reduz cada vez mais o número de pessoas que utilizam os parelhos no Estado. Atualmente existem um aparelho celular para cada habitante do Amazonas, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

CELULARES
Das 20 pessoas entrevistas pela reportagem de A CRÍTICA, em cinco diferentes pontos da cidade, todas tinham celulares, sendo que apenas uma disse que ainda usa os orelhões. É o caso do vendedor ambulante Elias Moraes, 53, que revela usar o telefone público apenas quando os créditos do celular acabam.

“Mesmo com o celular só uso o orelhão para ligar a cobrar para casa quando fico sem crédito porque a ligação para convencional é mais barata. Como todo mundo diz, parece que os orelhões são coisa do passado porque hoje em dia até uma criança tem celular”, disse.

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