23/04/2024

Internet reduz vendas e afeta o comércio e a indústria em Manaus


Propaganda enganosa também é comum na área de venda de internet banda larga. qualidade e o preço do serviço são os dois principais problemas
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O sinal de internet vendido para o comércio e a indústria em Manaus é caro e a velocidade real é inferior à anunciada pelas operadoras. É o que afirmam representantes dos setores, ao criticarem as constantes quedas no sistema e os prejuízos decorrentes pela interrupção das vendas, com a suspensão  da emissão da nota fiscal eletrônica.
“Se contrata dez megas (Megabytes) e no final não se consegue nem um, é uma mentira, e não é feito nada em relação a isso”, critica o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag. A mesma opinião tem o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. “Nos contratos estamos comprando dez megas, mas eles podem por lei oferecer 25% do que foi contratado, porém pagamos pelos dez megas”, disse.  
Segundo Ralph Assayag, propaganda enganosa também é comum na área de venda de internet banda larga. “Eles anunciam um preço de R$ 49, quando vamos procurar eles informam que não é pra cá, que para Manaus é R$ 80, R$ 90. É a internet mais cara do Brasil, e a comercial ainda é mais cara que a residencial”, disse.
O vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, confirma o custo elevado da internet para o varejo. “O custo é o mais alto do Brasil, três ou quatro vezes maior do que para São Paulo”, disse. O comerciante informou que a emissão da nota fiscal e do cupom eletrônico é outro fator prejudicado pela internet ofertada em Manaus. “Se não tem qualidade de sinal não podemos vender, já que não se pode emitir”, disse. 
A qualidade e o preço do serviço são os dois principais problemas apontados por Wilson Périco. “Comparada a outros centros, a comunicação em Manaus, tanto internet quanto telefonia, é ruim e cara”, afirmou. Segundo o representante da indústria, se considerada a máxima ‘tempo é dinheiro’, o setor está sendo prejudicado. “A morosidade é grande, fazer uma análise, enviar ou receber um relatório é difícil, por causa da lentidão”, disse.   
Emissão de nota
Para Ralph Assayag, a qualidade do serviço é precário e prejudica às vendas no comércio da cidade. “Os ‘apagões’ continuam atrapalhando as vendas que não podem ser efetivadas porque precisamos usar o sistema de nota fiscal eletrônica”, comentou. As vendas  via internet também são afetadas pela instabilidade, de acordo com o representante do comércio de Manaus. “Poderíamos vender muito mais”, disse.
A dificuldade da emissão da nota fiscal eletrônica devido à internet foi uma questão apresentada também por Frota. “Temíamos, porque o sinal caía e ficava interrompido durante horas (…)  mas esse problema parece estar temporariamente sanado”. 
Segundo o comerciante, o serviço da operadora melhorou no segundo semestre. “Isso aconteceu com a chegada do cabo de fibra ótica da Oi e a Embratel teve que melhorar por causa da concorrência”, comentou. Apesar da melhoria, o sistema ainda não ainda é satisfatório, segundo o representante.
Operadoras dizem vender pacotes idênticos no País
Questionadas sobre os preços dos planos empresariais praticados em Manaus e em outras cidades do País, a Net informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vende “as mesmas velocidades no restante do País”, mas a precificação pode variar “por questões técnicas, mercadológicas e fiscais (impostos de cada Estado ou município)”. Segundo a empresa, o pacote de internet de 10 megas com telefone e wi-fi grátis sai por R$ 59,90 em São Paulo e R$ 99,90 em Manaus.
Sem divulgar os valores dos planos, a Oi explicou que “os custos das prestações do ‘Oi Velox’ e do ‘Oi Velox 3G’, que influenciam diretamente nos preços, variam em função do meio de acesso usado para conexão da localidade”, que pode ser satélite, par de fios de cobre e radiofreqüência. As características técnicas das redes da localidade, custos da implantação e fatores locais como comercialização, manutenção e atendimento são outros itens que influenciam no valor, de acordo com a assessoria da operadora.
A Embratel não repassou as informações. Já a Vivo e a Claro informaram que os valores das tarifas de planos empresariais de internet, praticados pelas empresas, são os mesmos em todo o Brasil.
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