28/03/2024

Consumo de dados no celular dispara e faz ligações serem esquecidas

Tráfego de voz no Brasil diminuiu 14,4% desde 2012, enquanto o tráfego de dados cresceu 1.240,3%; Veja os dados de telefonia móvel divulgados nesta semana.




Ainda que não em todos os planos, as chamadas ilimitadas já são uma realidade de todas as operadoras do Brasil. Acontece que, a cada ano que passa, diminui mais o tráfego de voz na telefonia móvel, enquanto o tráfego de dados aumenta disparadamente.


De acordo com o Relatório Anual de 2017 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgado nesta semana, até o final do terceiro trimestre do ano passado, houve uma redução de 14,4% no tráfego de voz desde 2012. Por outro lado, o tráfego de dados cresceu 1.240,3%.




Em uma comparação anual, a queda foi de 10,2% no consumo de voz do 3º trimestre de 2016 para o mesmo período em 2017, enquanto o aumento no consumo de dados foi de 54%.








As receitas de telefonia móvel também seguem o mesmo movimento, sendo que a de voz fechou, no último balanço, em R$ 6,54 bilhões (-49,3% desde 2012), enquanto a de dados foi responsável por R$ 9,10 bilhões (+319,4% desde 2012).


É possível notar que a receita de voz vem caindo para as operadoras desde o terceiro trimestre de 2014. Já os dados, com exceção de dois períodos (um em 2012 e outro em 2015), crescem sem interrupção.


Também no relatório divulgado pela Anatel, está um cálculo que analisa os dados de receita e de tráfego da telefonia móvel, permitindo que a agência acompanhe os indicadores de receita por minuto dos serviços prestados tanto na modalidade pré-paga quanto na pós-paga.
A agência considera, para os cálculos, não somente os minutos cobrados diretamente dos assinantes, mas também os minutos com preço zero (promocionais, de ligações ilimitadas, por exemplo).

Sendo assim, sabemos que, entre 2012 e 2017, a receita média do minuto da telefonia móvel passou de R$ 0,17 para R$ 0,10, uma redução de 41,2%.

Isso mostra que, assim como para os usuários, que têm interesse em navegar mais na rede, as operadoras também precisam ser ágeis e trabalhar em novas estratégias pensadas em dados móveis e conteúdos e serviços diferenciados para o cliente, para sua própria ‘sobrevivência’.

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Acessos de telefonia móvel no Brasil

Os acessos de telefonia móvel (Serviço Móvel Pessoal – SMP) em 2017 podem até ser mais de 30 vezes superiores ao de 1998, mas o relatório da Anatel mostra que, ao encerrar o ano com 236,5 milhões de acessos, o Brasil registrou uma queda de 3,1% no setor em relação ao ano de 2016.
A diminuição na base de assinantes resultou em uma densidade de 113,9 acessos por grupo de cem habitantes, uma queda de 4,5% no ano.

Para a Anatel, a retração é uma tendência desde 2015. “É resultado, entre outros fatores, de decisões da Anatel que estabeleceram uma trajetória de redução do valor de uso de rede móvel (VU-M), que remunera a interconexão entre redes VU-M, e resultaram na oferta de planos de serviço com menor diferenciação no custo de chamadas entre operadoras, o que diminuiu o uso de múltiplos chips pelos usuários finais”, analisa.
A projeção da Anatel indica que a queda na base de assinantes das operadoras de celular deve continuar pelos próximos anos, apesar de acontecer em um ritmo mais lento. 
É possível que, até 2021, o Brasil conte com 229,2 milhões de acessos móveis, um volume 3,1% menor ao registrado no ano passado, conforme mostra a projeção abaixo:

Quanto á distribuição dos planos em pré-pago e pós-pago, a tendência de queda em um, e aumento em outro, também continuou em 2017, principalmente pela procura de mais dados, que, segundo a Anatel, são encontrados em planos pós-pagos.

Por fim, o ano fechou com 148,51 milhões de linhas pré-pagas e 87,98 milhões de linhas pós-pagas.

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