28/03/2024

Ano de 2015 termina com Vivo despencando em número de clientes

No acumulado geral de 2015, TIM foi a grande perdedora de market share, voltando a ser ameaçada pela Claro. Veja todos os dados.

Confessamos: a queda abrupta da Vivo no último mês do ano de 2015 não era esperada. Aguardamos um pouco mais para divulgar estes dados, com um certo receio de que o relatório passado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para nós, no dia 28 de janeiro, era um equívoco.

Mas não foi. A Vivo registrou uma perda de mais de 6,2 milhões de linhas móveis. Para sermos mais exatos, foram 6.222.642 celulares perdidos em um único mês. Só que ela não caiu sozinha. A TIM perdeu 3.059.242 clientes; a Claro subtraiu 1.397.576 acessos; e 1.142.010 clientes saíram da Oi em dezembro.

Diversos fatores ajudam a explicar porque só a Nextel apresentou crescimento de 7.010 novas linhas:
  1. No final do ano, é feita a contabilização de base para o pagamento do FISTEL (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações), que deve ser efetuado pelas empresas do setor até o dia 31 de março. É um tipo de imposto cobrado de cada operadora de acordo com a quantidade de linhas ativas, que ajuda a cobrir os gastos da Anatel. Portanto, as operadoras costumam fazer uma varredura completa nessa época do ano para eliminar chips que estão inativos (sem recarga por vários meses), para evitar pagar taxas por linhas que não geram receita;
  2. A desabilitação de uma linha por ela não gerar receita (falta de saldo), é realizada apenas para celulares cadastrados em planos pré-pagos. A Nextel só trabalha com planos pós-pagos (de conta), por isso ela não vê a necessidade de promover uma queda acentuada nos seus acessos para fugir do FISTEL;
  3. O crescente abandono do segundo chip pelos usuários – também causado pela crise econômica – é outro fator para cada vez menos pessoas se disporem a recarregar vários chips regularmente. Isso acaba deixando uma grande quantidade de linhas inativas.

Acumulado de 2015

A Vivo veio segurando as suas perdas de acessos móveis durante todo o ano passado enquanto dava. Sempre apresentando um desempenho satisfatório, mas inflado, acabou passando a impressão de que estava bem em relação ao market share.

Enquanto isso, a TIM vinha perdendo usuários aos pouquinhos, quase de forma imperceptível, mas quando analisamos as adições líquidas de cada empresa atuante na telefonia móvel durante os 12 meses de 2015, vemos que a TIM foi a que teve o pior desempenho no período. Foram 9.486.313 usuários registrados a menos.

Reforçamos, no entanto, que esse foi um desempenho considerado “normal” para 2015. Todas as outras operadoras nacionais, novamente com exceção da Nextel, tiveram um crescimento negativo no ano. A Vivo, diante da incrível queda de dezembro, foi a segunda empresa que mais perdeu acessos (-6.669.314). Ela foi seguida por Claro (-5.128.726) e Oi (-2.857.141).
Por ter sido a operadora que mais perdeu clientes no ano, a TIM voltou a ter a sua vice-liderança ameaçada pela Claro. Em termos percentuais, a TIM perdeu 1,04% de fatia de mercado, se compararmos com o que ela tinha no primeiro trimestre do ano (janeiro – março). Enquanto isso, a Claro cresceu 0,20%, faltando apenas um décimo para ultrapassar a sua rival, mesmo sem ter feito ofertas tão agressivas.

Entenda melhor no gráfico interativo abaixo, onde você pode passar o mouse pelos resultados para obter os dados detalhados:



Modalidade de Plano

Mesmo com ofertas um tanto vantajosas no sistema pré-pago, muita gente preferiu pagar uma conta todo mês no pós-pago e ter mais tranquilidade para falar e acessar à internet, sem tantas interrupções por falta de crédito.

Ao mesmo tempo em que o pré-pago sentiu uma perda de 28,3 milhões de usuários, o pós-pago viu chegar 5,4 milhões clientes novos. Bom para as operadoras, que apesar de terem perdido em número de acessos, foram recompensadas em forma de receita, visto que um cliente de conta dá mais faturamento do que um pré-pago.

Celulares por Tecnologia

As linhas que utilizam o sistema WCDMA (3G) ainda são soberanas: 149,11 milhões. Enquanto isso, a tecnologia GSM (2G) está presente em 65,9 milhões de celulares brasileiros. Já o LTE (4G), a tendência do momento, é a principal tecnologia utilizada por 25,4 milhões de acessos móveis.

Desde o 2º trimestre de 2015 que o 3G começou a cair, dando lugar ao 4G, que só subiu. O 2G está rolando ladeira abaixo, sem nenhuma pausa para descansar.


Do 1º trimestre do ano passado até o final dele, a tecnologia:
  • 2G perdeu -36,5 milhões de acessos
  • 3G perdeu -5,69 milhões de acessos
  • 4G ganhou +16 milhões de acessos
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