28/03/2024

Ex-presidente da Vivo é o novo CEO da Telecom Italia

Amos Genish foi o fundador da GVT, passou pela negociação e venda da empresa para a Vivo, atuava na Vivendi e agora influencia grandes decisões na TIM.

Assim como era previsto, o executivo Amos Genish foi nomeado, nesta quinta-feira (28), como o novo CEO da Telecom Italia, que controla a TIM no Brasil. A decisão foi tomada por unanimidade pelo conselho de administração da operadora. Desde julho, com a saída de Flavio Cattaneo, o cargo estava vago, sendo exercido pelo presidente da TIM, Arnaud de Puyfontaine.


Acontece que Genish, apesar de agora ter influência direta nas decisões da TIM, é, também, um ex da Vivo. Ele foi o fundador da GVT e, com a compra da Telefônica Brasil em 2015, tornou-se o presidente da empresa. Foi o próprio Genish, aliás, que liderou a venda da GVT, envolvendo o valor de R$ 25 bilhões, o que o tornou extremamente conhecido pelos brasileiros.


Sua relação com a Vivo teve fim somente no final do ano passado, quando passou, desde janeiro de 2017, a dirigir o grupo francês Vivendi, que é o principal acionista da TIM, com 23,94% de participação da empresa. A Vivendi, aliás, comprou 57,5% das ações da GVT em 2009, quando a operadora paranaense passou a ser controlada por franceses. Em 2015, no entanto, deixou de ter participação na Vivo.


Passados anos, passada a venda da GVT e anos na influência sobre a Vivo, a história de Genish com a TIM começou em 2017, com o cargo de diretor-geral de operações da operadora no Brasil. Agora, com atuação ainda mais forte, de CEO da Telecom Italia.

O que muda?
Primeiramente, as trocas de cargos sugerem que a Vivendi pode querer, de fato, exercer o comando da TIM. De toda forma, a empresa também detém 28,8% da concorrente Mediaset, que disputa mercado com a subsidiária da TIM, Persidera, só que no setor de redes de transmissão de TV na Itália. É por isso que, desde maio, órgãos reguladores e até mesmo a Comissão Europeia vêm pedindo que a Vivendi reduza a sua participação ou na TIM ou na Mediaset, para que não haja nenhum conflito de interesses. 
E se você está se perguntando o que muda para os consumidores, a atuação de Amos Genish na TIM passa a ser muito maior agora, mas ainda não se sabe se alguma ação forte será lançada nas próximas semanas. Pelo seu modelo de trabalho, especula-se que a estratégia da operadora mude, deixando de focar em chamadas, por exemplo, e focando na conexão de serviços digitais, na banda larga e até mesmo rondando a TV por assinatura.
Ou seja, em telefonia móvel, talvez haja menos ofertas, com queda no número de clientes do pré-pago e aumento na base do pós-pago. Para Genish, é difícil convencer o cliente a pagar pelo serviço de voz, e por isso é necessária uma mudança de comportamento e foco em outros tipos de serviço, principalmente focados em conectividade.
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