28/03/2024

Prefeitura quer expandir Wi-Fi público em SP com ajuda de empresas

Projeto WiFi SP atingirá mais 400 praças, mas sem o apoio financeiro da prefeitura; em troca, operadoras podem explorar publicidade e offload móvel.



O programa “WiFi Livre SP”, iniciado na gestão de Fernando Haddad para cobrir 120 praças da capital paulista, agora terá outro nome: “Projeto WiFi SP”. Mas essa não é a única mudança apresentada pela Prefeitura de São Paulo, que abriu uma consulta pública na última quarta-feira (19) com mais informações sobre o assunto.

Até então, o custo de instalação e manutenção do serviço seria de responsabilidade da prefeitura, no entanto, o prefeito atual, João Dória, quer fazer diferente. De acordo com o comunicado, a ideia é expandir o acesso de usuários à rede gratuita, mas de forma que não prejudique os cofres públicos. Como? Repassando dados de usuários cadastrados às empresas que se disponibilizarem em arcar com os custos de infraestrutura do projeto.

Em troca, as empresas ganham publicidade, ou seja, poderão estampar a marca em postes personalizados e placas indicativas, explorar o marketing digital e os dados agregados, usufruir de naming rights – patrocínio por localidade ou não – e ganhar com o chamado mobile data offloading. Com isso, operadoras como TIM, Vivo, Claro e Oi, por exemplo, podem passar a investir na infraestrutura do Projeto WiFi SP também para liberar a capacidade e qualidade de sua própria rede móvel.

Até o dia 17 de agosto, a consulta pública ficará aberta para atrair interessados na proposta, sendo que a licitação deve ocorrer já em setembro. Se houver interesse, o contato deve ser feito diretamente com a Secretaria Municipal de Desestatização e Parcerias (SMDP), na sede na Rua Líbero Badaró, ou através do e-mail [email protected].

Expansão do projeto

Quanto à cobertura do Projeto WiFi SP, esta deve ser expandida em breve para mais 120 praças em São Paulo, o que inclui CEUs (Centros Educacionais Unificados), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), bibliotecas, Fab Labs (laboratórios de criação de projetos acessíveis ao público), centros culturais, clubes, Prefeituras Regionais e até mesmo pontos turísticos. Hoje, as 120 praças digitais que já funcionam na região geram uma média de 6 milhões de acessos por mês. Agora, a previsão é englobar 531 pontos de conectividade no total.

As empresas que quiserem oferecer o serviço aos usuários devem fornecer acesso sem fio e com velocidade mínima de 512 Kbps, como já era estabelecido antes. Mas, se o número de acessos ultrapassar o esperado, a empresa parceira poderá limitar a conectividade aos usuários que estiverem utilizando o benefício por mais de 30 minutos. Apesar da possibilidade de exigir um cadastro gratuito, não fazer essa exigência pode ser um diferencial, como afirma a prefeitura.

Por fim, o edital lançado ontem também afirma que será proibido violar a neutralidade da rede, a privacidade dos usuários e a liberdade de uso da internet de cada um deles, nem que seja para coletar dados. Todos os documentos podem ser acessados no site da Prefeitura de São Paulo.

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