14/03/2024

Dono da RedeTV ataca operadoras de TV em vídeo

“Elas fingem não entender a importância dos nossos programas para milhões de brasileiros”, disse Marcelo de Carvalho.

O assunto da semana é a saída anunciada das emissoras de televisão aberta Record TV, SBT e RedeTV! das operadoras de TV por assinatura do Brasil a partir da próxima quarta-feira (29/03). A empresa Simba Content, criada pelas três emissoras, começou a divulgar nesta sexta (24), comunicado durante a programação dos canais.
 
A briga é tão séria que os próprios artistas e jornalistas de cada emissora estão sendo convocados para usarem o seu poder de influência, convencendo os telespectadores brasileiros de que as verdadeiras culpadas pela saída dos canais são as operadoras de televisão paga. Ratinho, Rachel Sheherazade, Luciana Gimenez e Celso Portiolli são alguns exemplos.
 
Marcelo de Carvalho, sócio e vice-presidente da RedeTV!, fez um discurso duro ontem no principal telejornal da sua emissora, RedeTV News, contra as operadoras NET, SKY, Claro, Oi e Vivo. “Se irredutíveis, essas multinacionais, essas empresas todas bilionárias, se negarem a pagar o que minimamente é justo, a partir do dia 29, todos os assinantes, que hoje pagam direitinho a elas, ficarão sem muitos de seus programas preferidos”, ameaçou.
 


Ainda na noite desta sexta-feira (24), o apresentador Celso Freitas, do Jornal da Record, também leu o comunicado da Simba Content.
 
Por que as operadoras não querem pagar pelo sinal?
 
As emissoras de TV da Simba Content pedem direitos iguais, já que Globo e Band recebem pagamento das operadoras de televisão.
 
As teles, por sua vez, dizem que essas duas emissoras só recebem pagamento porque possuem de fato canais pagos. A Globo possui a rede Globosat, com mais de 40 canais pagos, e inclui a TV Globo no pacote de remuneração pago pelas operadoras. O Grupo Bandeirantes de Comunicação também possui canais fechados, como Band News, BandSports e Arte 1.
 
Record TV, SBT e RedeTV não possuem nenhum canal realmente fechado. A Record News, canal de notícias da Record, é um canal aberto, que pode ser sintonizado facilmente por uma antena UHF comum. Por isso, as operadoras dizem que não faz sentido que parte da assinatura paga pelos clientes seja convertida em lucro para as emissoras de televisão aberta, visto que elas já ganham com publicidade medida por audiência.
 
Fontes do setor têm dito que as três emissoras querem receber juntas algo em torno de R$ 90 milhões das empresas de TV por assinatura, em média R$ 5 por assinante. Preço que as operadoras acham absurdo e não aceitam pagar. No entanto, nenhum valor envolvido na negociação foi confirmado por nenhuma das partes.


Esses canais abertos estão seguindo o exemplo recente do Grupo Fox, que chegou a retirar os seus canais da Sky e Oi TV e produziu vídeos ácidos e provocativos para pedir aumento na porcentagem paga pelas operadoras por causa da inclusão de dois novos canais premium.
 
Nesse embate, quem perde dos dois lados é o consumidor. Caso a Simba Content vença essa guerra e passe a receber remuneração das teles, os consumidores podem ter um possível aumento no preço das assinaturas. Se as teles se recusarem a pagar, os clientes, principalmente os de áreas em que o sinal terrestre de televisão ainda é precário, devem ficar sem assistir aos canais.
 

Quem tem razão na briga da TV Paga?

 
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