28/03/2024

Jornal diz que operadoras chegaram a acordo para comprar a TIM

Informações divulgadas na imprensa dizem que Oi, Claro e Vivo já chegaram a um consenso de como devem fazer para comprar a TIM Brasil. Operadoras responderam questionamentos sobre a operação nesta sexta.

O Jornal Folha de S.Paulo afirmou, nesta sexta-feira (31), que as operadoras Claro e Vivo aceitaram proposta do Banco BTG Pactual (representando a Oi) para juntas comprar as operações da TIM no Brasil. O objetivo das empresas é repartir em três fatias a segunda maior operadora de telefonia móvel do país.

Ainda segundo o jornal, o valor não está fechado, mas pode chegar a R$ 31,5 bilhões – o maior negócio já feito no setor de telecomunicações brasileiro. Neste valor está incluso R$ 1,5 bilhão que devem ser emitidos como forma de bônus aos acionistas, incluindo minoritários, da companhia. Dentre esses acionistas está a Vivendi, que recentemente aceitou receber 5,7% em ações da TIM Brasil anteriormente detidas pela Telefônica/Vivo Brasil.

Deve ser feita uma oferta aberta aos acionistas da Telecom Italia, que decidirão em assembleia se aceitarão a proposta. Segundo apurado pelo jornal, os principais acionistas do grupo, incluindo a Vivendi, devem encarar a oferta como irresistível e tendem a aceitar.

Vivo e Claro estão aguardando apenas um sinal verde da Oi para entregarem a proposta. A operadora brasileira está esperando à venda da Portugal Telecom, em Portugal, que deve ser feita na próxima semana. Cinco empresas estão interessadas, sendo duas operadoras – dentre elas a francesa Altice – e três bancos de investimento. Com o valor de 7 bilhões de euros (R$ 22 bilhões) embolsados pela venda da PT, é que a Oi deve ganhar fôlego para investir nas ações da TIM.

O Grupo Telecom Italia (controlador da TIM) já chegou a conversar com o BTG Pactual e nessas conversas chegou a dizer que a TIM Brasil não está à venda, porém, Marco Patuano, presidente da Telecom Italia, disse que tudo vai depender do “valor do cheque”, considerando a posição estratégica que o Brasil tem para a operadora. Chegou até a fazer uma contra-proposta: uma fusão com a Oi. Mas só assumiriam o acordo se a Telecom Italia fosse a comandante da operação – para isso pagaria o dobro do valor de mercado da Oi para os acionistas da operadora brasileira.

Outra condição seria abrir uma diligência na contabilidade da Oi, para assim evitar surpresas desagradáveis nas contas da empresa, como a que a própria Oi encontrou na Portugal Telecom, onde a operadora portuguesa foi acusada de fazer um empréstimo de 897 milhões de euros para um banco sócio da Oi, que foi à falência.


Oi confirma intenção, mas diz que nada foi assinado ainda

A Oi recebeu questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a notícia veiculada no jornal “O Estado de São Paulo” sobre o investimento de R$ 10 bilhões que o Grupo América Móvil (dono da Claro) deve fazer no Brasil. Na reportagem, o jornal traz a informação de que Carlos Zenteno, presidente da Claro Brasil, confirmou que o BTG Pactual procurou a direção da operadora para uma negociação envolvendo a compra da TIM. Afirmou ainda que os termos da negociação estão concentrados no México, sede da América Móvil.

O Estadão disse ainda que fontes próximas a Oi revelaram que a prioridade da companhia é reduzir seu endividamento e elevar a “Nova Oi” para o Novo Mercado da Bovespa, previsto para o início de 2015. As mesmas fontes não descartam a venda da Portugal Telecom caso o tamanho da proposta “seja suficiente para reduzir a dívida líquida/Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para menos de três vezes”.

A reportagem também divulgou que o BTG Pactual está recebendo propostas para a venda de 25% da participação da Portugal Telecom na operadora angolana Unitel, além de torres e outros ativos, avaliados em cerca de R$ 4 bilhões.

Sobre essa matéria, a CVM questionou à Oi se as informações realmente são verídicas, e se for, qual foi o motivo da operadora não ter comunicado oficialmente o mercado sobre tais acontecimentos, e até a ameaçou de ser multada em R$ 1.000 caso não respondesse ao questionamento enviado.

A Oi respondeu o que toda a imprensa já sabe: contratou o BTG Pactual para ser comissário da Companhia para desenvolver alternativas viáveis para a aquisição da participação da Telecom Italia na TIM Participações, e que o BTG Pactual tem sim mantido conversas com terceiros para encontrar a melhor forma de consolidar a operação, dentre os quais a América Móvil, dona da Claro. Disse ainda a Oi que o BTG Pactual é o responsável por manter esses contatos na qualidade de comissário da Companhia e que não foram assinados quaisquer documentos que defina um acordo entre as empresas.

No que trata dos ativos que a Portugal Telecom possui em Angola, a Oi disse que já havia informado a imprensa que procura interessados em adquirir a Unitel, mas até o momento não foi fechado nenhum acordo.

Já sobre a possível venda da Portugal Telecom em Portugal, disse que o BTG Pactual também atua na função de comissário e foi contatado por diversos interessados (dentre eles a operadora francesa Altice) e que até agora nada foi decidido.

TIM diz que não sabe de nada

A BM&F Bovespa entrou em contato com a TIM nesta sexta para pedir que a operadora esclarecesse aos seus acionistas e ao mercado em geral a veracidade da reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo. A TIM Participações, divulgou comunicado dando a mesma resposta de sempre: “A Companhia informa que [seus] diretores e [a Telecom Italia] não tem qualquer conhecimento e não estão tomando parte em qualquer discussão que visa uma possível venda da companhia; e também não tem conhecimento do possível conteúdo de discussões entre os acionistas da Claro, Vivo e Oi sobre alternativas de consolidação.”

Para resumir, diretores de todas as operadoras envolvidas comentam sobre a operação, toda a imprensa divulga, mas apesar de tantas notícias envolvendo seu nome, a TIM é a única que não sabe de absolutamente nada.

Não fomos informados pela Claro se a companhia recebeu algum questionamento semelhante de reguladores do mercado.

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