29/03/2024

Dona da GVT descarta TIM e escolhe Telefônica/Vivo para negociar

Grupo Telefônica/Vivo demonstra mais uma vez ao mercado todo seu poder e consegue tirar a Telecom Italia/TIM do jogo pela GVT.


A Vivendi (dona da GVT) foi sondada pela Telecom Italia (dona da TIM) e pela Telefónica (dona da Vivo) para que venda parte ou toda a GVT para uma dessas empresas. Se você acompanha o Minha Operadora regularmente, deve ter lido bastante sobre o assunto. A controladora da TIM da Vivo chegou a oferecer 6,7 bilhões de euros (R$ 19,7 bilhões na cotação de hoje). A Vivendi informou que nesta quinta-feira (28) voltou a receber duas propostas pela GVT – mais uma da Telefônica, e agora uma oficial da Telecom Italia, que já era esperada.

Segundo a companhia francesa, nas ofertas recebidas ontem, a controladora da TIM ofereceu um valor de 7 bilhões de euros (R$ 20,5 bilhões) baseado no valor de mercado da GVT. Ele inclui uma parte a ser paga em moeda corrente de 1,7 bilhão de euros (R$ 5 bilhões), parte em títulos da Telecom Italia (16% do capital e 21,7% dos direitos de voto) e mais 15% em ações da TIM Brasil. A oferta da Telecom Italia expiraria em 20 de setembro.

A Telefonica fez duas ofertas, a primeira foi em 04 de agosto e neste 28 de agosto a companhia resolveu reajustar sua proposta. Na oferta mais recente foi oferecida a Vivendi 7,45 bilhões de euros (R$ 21,9 bilhões) com base no valor de mercado da GVT, sendo 4,66 bilhões de euros (R$ 13,7 bilhões) em dinheiro e 12% de participação nas ações da Telefônica Brasil. Se a Vivendi desejar, poderá trocar 4,5% dessa participação na Telefônica/Vivo por uma participação de 5,7% do capital e 8,3% dos direitos de voto da Telecom Italia (onde a Telefónica também tem participação). Por essa segunda oferta a Telefônica foi mais rígida e fixou um prazo de expiração para esta sexta-feira (29), disponibilizando apenas um dia para a Vivendi decidir.


E a dona da GVT não podia e não perdeu tempo. Assim que analisou a oferta, a Vivendi anunciou que apesar de não significar menos relevância e qualidade no fornecimento da Telecom Italia, seu conselho de administração decidiu por negociar exclusivamente com a Telefônica. A compra da GVT tiraria a última empresa de telecomunicações totalmente controlada pela Vivendi, tendo em vista que a SFR e a Marrocos Telecom já foram vendidas.

Segundo comunicado divulgado pela Vivendi – afim de explicar porque optou pela Telefônica – o preço proposto pelo Grupo Telefônica foi considerado particularmente atraente, gerando um ganho de mais de 3 bilhões de euros. As outras condições da oferta, limitando ao mínimo o risco de execução da operação e os compromissos posteriores da venda da operadora pela Vivendi também satisfizeram o interesse da direção da empresa.

O acordo entre a Telefônica e a Vivendi, ainda segundo a companhia dona da GVT, vai ajudar a desenvolver projetos conjuntos na área de conteúdo e mídia. Além disso, foi destacado que na oferta da dona da Vivo, a Vivendi pode tornar-se acionista da Telecom Italia caso deseje trocar os títulos brasileiros pelas ações italianas.

O Conselho de Administração da Vivendi encerrou informando que irá apresentar a oferta da Telefônica à informação e ao processo de consulta dos órgãos representativos da companhia. Com a promessa de exclusividade por parte da Vivendi, a Telefônica concedeu um período de três meses para o estudo da oferta e prosseguimento da negociação.

Logo após saber da decisão da Vivendi, a Telecom Italia lamentou o ocorrido em um comunicado disponibilizado aos acionistas de todo o mundo e deu a entender que não vai desistir do Brasil. Segue (em livre tradução):

“A Telecom Itália tomou conhecimento da decisão do Conselho de Administração da Vivendi para lançar as negociações confidenciais com a Telefónica para a venda da GVT.


Telecom Itália deixou claro desde o início que iria manter uma abordagem racional na sua estratégia para o Brasil, maximizando valor para todos os acionistas.
A Companhia continua a desenvolver os seus planos de desenvolvimento e investimento no país, de acordo com o Plano de Negócios 2014-2016, contando com a forte posição da TIM Brasil no mercado.”

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